Moro não move montanhas

Pesquisa com credibilidade no meio político, o PoderData que se divulgou no final da tarde tem como “novidade” justo o fato de nada ter se movido no terreno eleitoral duas semanas depois do lançamento – com pompa, circunstância e muita mídia – da candidatura de Sergio Moro.

O número alcançado de Moro (8%) no primeiro turno não difere, praticamente, daquele que registrava antes. E, no segundo, apenas se iguala ao que atinge Bolsonaro. Isto é, aquele que alcança o antilulismo.

A diferença continua confortável para o ex-presidente, maior até do que a mostrada na tabela acima, porque ela se refere a percentuais sobre os votos totais e não sobre os válidos, como considera a lei eleitoral. No caso da disputa com Bolsoaro, o ex-presidente, nos válidos, alcançaria 63,5% a 36,5% sobre Bolsonaro, diferença maior do que teve nas eleições de 2002 e 2006.

E o fato de que a extrema direita, com Bolsonaro ou com Moro, não alcançar sequer o um terço de preferência e, com ambos, parar nos 31% é um indicador de que tem todo sentido pensar que a tendência de Lula é mesmo, no quadro de hoje, ficar acima de 60% no turno final.

Não creio que estes números tendam a mudar significativamente até março, quando, depois das festas de Carnaval, as campanhas estarão, de fato, nas ruas.

Mas, se confirmados os índices alcançados nesta pesquisa nos levantamentos do Ipec (o ex-Ibope) e no Datafolha, o ex-juiz terá colhido seu primeiro revés eleitoral: a montanha não foi a que se julga Maomé.

 

 

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