Mundo tem recorde de mortes, enquanto fingimos que a pandemia acabou

A Universidade John Hopkins, considerada o referencial mais seguro de mensuração dos efeitos da pandemia do Covid-19, registrou ontem, como se antecipara aqui, o maior número de mortes no mundo desde que o novo coronavírus espalhou-se pelo mundo.

Foram 12.241 óbitos, 50% mais que no momento que a doença avançou na Europa, que volta a ser, agora, o epicentro de sua disseminação. A melhor estrutura hospitalar e o aprendizado das equipes de medicina conseguiram reduzir a taxa de letalidade da doença mas, ainda assim, à razão de mais de 600 mil casos novos por dia, é inevitável que a quantidade de mortes suba ainda mais.

É impossível afirma que há, neste momento, o crescimento dos casos no Brasil, por conta das precariedades nos sistemas públicos de registros de saúde, mas são diversos os relatos de aumento das internações.

Paulo Guedes admitiu hoje que pode haver uma nova leva de auxílios, no caso de que essa “segunda onda” chegue com força ao Brasil, mas já advertiu que, se houver, será bem menor do que o que está terminando agora, o que já se pode ver nas vendas em queda nos supermercados e, até, no afluxo de pessoas em situação de vulnerabilidade , vivendo nas ruas.

É bom lembrar que os números mencionados hoje pelo IBGE, colocando o Brasil como o 9° país em desigualdade de renda no mundo se referem ao ano passado. Embora, na média, possa ter havido até alguma melhoria com o auxílio emergencial, e certo que na ponta, na imensa massa de desvalidos o agravamento foi pior, muito pior.

O comportamento da classe dirigente brasileira – e por justiça, não só as elites daqui, mas de muitos países – é o de que a pandemia está passando e a vacina, um certeza, logo acabará com ela.

Não é assim e mesmo com uma vacina eficiente, não se vacinará nem, talvez, 20% da população mundial até o final de 2021.

E talvez menos aqui, na visão de Jair Bolsonaro, “um país de maricas”.

 

 

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