Não é nióbio, Folha, é laranja

A Folha noticia hoje que um “microempresário” recebeu do Governo 26 autorizações de pesquisa de nióbio em uma área de 215,6 mil hectares – equivalente a 1,5 vezes o município de São Paulo.

É óbvio que a pesquisa geológica em área tão extensa e, ainda mais, remota, exige um capital anos luz maior do que o de uma microempresa sediada num apartamento na pequena cidade de Pontes e Lacerda, no Mato Grosso.

E que tem pouco ou nada a ver com o minério xodó de Jair Bolsonaro, porque a autorização inclui a busca por estanho, tântalo, zinco, bauxita, ouro e diamante.

O negócio aí é abrir a porta para entrarem aí o garimpo e mineradoras que comprem os direitos sobre as imensas áreas onde haja a ocorrência mineral em condições de exploração econômica.

Nem é preciso esperar a concessão do direito de lavra, que não está incluído na autorização de pesquisa: uma vez obtida esta, pode-se ceder – claro que por remuneração – os direitos minerários sobre uma determinada área.

O nióbio é só a casca do negócio e até o felizardo concessionário – que, segundo o jornal, teria “cavado” até algumas parcelas do auxílio emergencial, o que ele nega – admite isso.

O buraco é mais embaixo.

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