Nem a ‘Casa Verde’ de Machado de Assis foi tão longe

Quando publicou a sua novela humorística “O Alienista”, Machado de Assis situou na modesta Itaguaí, então apenas uma vila remota do Rio de Janeiro, a “Casa Verde”, manicômio onde todo mundo ia parar, por ordens do fabuloso médico Simão Bacamarte.

Mas já temos, agora, 140 anos depois, a “Casa Verde-Amarela”, situada em vasto ambiente no Planalto Central e com “franquias” espalhadas pelo Brasil.

Ontem, a tal CPAC, a Internacional Negacionista que reúne alucinados daqui e de fora, em Brasília, foi uma espécie de parada de loucos: o filho do Trump dizendo que a China quer tomar o Brasil e nos aconselhando a chantageá-los nos nossas exportações – vai vendo, Brasil; vai vendo “Agro”; Jair Bolsonaro tecendo considerações sobre sua capacidade de ereção (“Estão achando que vão me brochar”) e fazendo “teste da Covid” com a plateia para provar que estavam ali graças à cloroquina e uma infinidade de episódios bizarros, como o sorteio de bonés autografados por Donald Trump.

Mas nada é tão chocante vídeo que os irmãos Weintraub, Abraham e Arthur, dois marmanjos, burros velhos que ocupam, em nome do Brasil, gordos cargos em organismos financeiros internacionais fazendo um esquete que, protagonizado por garotos de 14 anos já seria uma bobagem. Verdade que o ex-ministro não é virgem nesta idiotice, pois todos se lembram do seu “Singing in The Rain”.

Em dupla, porém, eles se superam.

Talvez num ato falho, assumindo a realidade de sua derrota iminente, eles imaginam 2030 e 2040, num delírio destes de correr com o remédio para atenuar. Só não é digno de gargalhadas porque eles são dois exemplares da fauna que controla o poder no Brasil.

É ver e ter certeza de que não é um problema apenas ideológico, é psiquiátrico.

 

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