No mundo dos loucos, na beira de um caos

Enquanto o circo pega fogo com o palhaço Daniel Silveira, há indicadores dos mais preocupantes de que o país esteja entrando numa mudança para cima do já alto patamar de contágio e morte pelo novo coronavírus.

As vacinas ainda disponíveis estão restritas, na prática, à aplicação da 2ª dose nos que receberam a primeira da Coronavac. Das 685 mil vacinações feitas nas últimas 48 horas, 575 mil foram de 2ª dose, e apenas 110 mil de doses iniciais, média de 50 mil vacinas por dia. Nada, portanto.

Ou seja, a imunização da população – mesmo a parcial, oferecida pela primeira dose – está pando e parará completamente antes que chegue o “reforço” tão estrepitosamente anunciado por Eduardo Pazuello e seu onírico anúncio de que teríamos 211 milhões de novas doses ainda no primeiro semestre.

O Butantan, até agora o responsável por quase 90% das vacinas que temos, anunciou que só entregará 2,7 milhões de doses este mês. A Fiocruz, surgiu com uma promessa de mais 2 milhões de doses importadas na Índia, a serem entregues num vago “no final da semana que vem” – alguém lembra do avião cheio de adesivos que iria pegar na Índia os primeiros 2 milhões? – para “quebrar o galho” até que ela esteja envasando vacinas em quantidade aqui. Mas, para isso, também depende de que se cumpra outra promessa, a de que receberia mais insumo da fábrica da Astrazêneca sediada na China.

A notícia é dada com a precisão daquele “o rapaz disse que entrega na semana que vem”.

Como se vê, o “cronograma” do Ministério da Saúde não durou dois dias, justo os dois dias em que se acumularam as descobertas da presença de casos de infecção com as variantes do vírus que se mostram mais transmissíveis.

Ninguém se espante se os números de óbitos se mostrar, nos próximos dias, aterrador. Estão altíssimos, mesmo com a redução de registros provocada pelos dias do carnaval que só em tese não foram feriado.

Mas a preocupação presidencial é de, na sua live semanal, tentar provar que falsificaram o cartão de vacinação de sua mãe, de 93 anos, para mostrar que ela teria sido vacinada com Coronavac, e não com a “de Oxford”, como ele assegura.

China na mamãe, nem para salvar-lhe a vida, claro.

 

 

 

 

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