No país da “liberdade”, o silêncio de duas crianças é vendido por US$ 750 mil

O site Opera Mundi publica hoje uma matéria que tem tudo para ser um escândalo internacional, porque certamente vai repercurtir em outros países, como o nosso, que estudam a exploração do gás de xisto (shale gas) como combustível.

As duas crianças da foto estão proibidas, pelo resto de suas vidas, de falarem a respeito de exploração de xisto. Os pais fizeram um acordo judicial com a empresa Range Resources e com a Marcellus Shale, uma das líderes do setor de produção de xisto nos Estados Unidos.

No acordo  o advogado da Range Resources “perguntou formalmente aos pais se eles estavam conscientes de que o acordo anularia também os direitos dos filhos de recorrerem à primeira emenda da Constituição norte-americana especificamente para esse caso”. A primeira emenda trata da liberdade de expressão, que seria inalienável.

Mas foi. Os pais disseram sim.

E receberam US$ 750 mil para não falar dos problemas respiratórios, dores de cabeça e garganta, ardência nos olhos que tiveram pela proximidade de sua fazenda, na Pensilvânia, de quatro poços de gás, estações de compressão e de um lago de dejetos industriais.

A liberdade de expressão de dois meninos foi vendida.

O direito do povo americano saber dos efeitos sobre as pessoas da exploração de gás de xisto, igualmente, foi entregue a duas empresas.

O país da liberdade é capaz de vendê-la, desde que se pague um bom preço.

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