Nos 16 anos da morte de Brizola, a falta que ele faz agora

Hoje se completam 16 anos da morte de Leonel Brizola, de quem este blog toma emprestado o nome, pelos 20 anos em que partilhamos ideias e atitudes, tempo grande da vida de quem agora, sem a menor pretensão de ser seu porta-voz tardio, aprendeu com duas décadas diárias de convívio com um dos grandes da história das lutas populares.

Nunca digo, diante de fatos políticos do dia-a-dia, o que pensaria ou diria Brizola. Não me cabe, a mim ou a ninguém, pretender substituir quem é insubstituível.

A pedido de minha caríssima amiga Juliana Brizola, doce e combativa neta de Leonel, gravei um vídeo onde me aventuro a dizer o que, em cada corda da saudade que tenho, que Brizola, nestes dias de dor, seria um leão no país em que, diante da tragédia que vivemos, miam como gatos medrosos.

E divido com os leitores.

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21 respostas

  1. Hoje,senhor Fernando Brito,mesmo diante de sua INCANSÁVEL VALENTIA,o senhor LEONEL,estaria de novo,no URUGUAI.Teria abandonado,essa cambada de covardes,em sua quase totalidade,que chamam de POVO BRASILEIRO.Àquela época,também roeram as cordas.Exceto poucos,o resto merecem o que estão vivendo.Mas eles,o POVINHO DE “m”,gosta.,E pedem desculpas,por estarem de costas!

  2. E que falta faz o grande e combativo ESTADISTA Leonel de Moura BRIZOLA. Sinto-me privilegiado por ter podido vê-lo em plena atividade.

    1. Eu o vi já no final de sua vida. Mas eu não tinha um entendimento mais apurado do quão grande eram os pensamentos daquele político que via enfrentar o ranço da midiazona. Eu só fui entender a grande3za do que foi Brizola, lendo o livro do argentino Renné Dreifus “1964, a Conquista do Estado”, aí passei a pesquisar e deparei-me com um gigante.

  3. Em 1989 a Gloelbels sabia que o Brizola iria massacrar o Collor no 2o turno. Ela encheu a bola do lula de tal forma que ele por 300 e poucos mil votos foi pro 2o turno, a Gloelbels sabia que o Lula iria dançar. Se tivesse dado Brizola, hoje estaríamos discutindo aqui, onde o Brasil iria envia um,a sonda espacial, no lado escuro da lua ou Marte, ao impedirem Brizola, jogou o Brasil nesta barbárie a tal ponto que nem nos governo Lula/Dilma, nós conseguimos sair do neo liberalismo.Foi um erro que até hoje os historiadores não conseguiram detectar. Não era a hora do Lula, ele deveria ter vindo depois do Brizola. Ponto final.

    1. Concordo com você Ponti. Em 1989 Lula era desqualificado para ocupar a presidência. Eu votei nele, mas reconheço que votei errado. Hoje entendo que Lula concebe que a Política precisa dele para conduzir uma massa para a direção em que ele, Lula, julga a correta. Foi em 2018 que compreendi que Lula coloca seu projeto personalista acima dos interesses nacionais. Lula aceita e estimula a Idolatria que recebe de setores petistas. Isso não é uma política emancipadora. Em 1989 Brizola venceria no segundo turno. Em 2018, Ciro venceria no segundo turno. Lula ensejou a vitória de Collor e de Bolsonaro. Não teve a grandeza política que Cristina Kirchner teve na Argentina. Os resultados estão aí pra uma comparação isenta e objetiva.

      1. porque o coroné não foi p o segundo turno/
        Vocês Ciristas acreditam mesmo que o fujão é progressista?
        Ciro é desagregador,ingrato e privatista desde o berço,ou estou mentindo?

    2. Não creio nesta avaliação que “o Brizola iria massacrar o Collor no segundo turno”, não por discordar de sua essência (Brizola tinha centenas de anos-luz à frente do caçador de marajás) mas porque, simplesmente, não teria levado mesmo se tivesse vencido, como teria também acontecido a Lula se tivesse o mesmo resultado. Por que? Na véspera do segundo turno, as Forças Armadas entraram de prontidão, e seus comandantes justificaram internamente tal exercício com a desfaçatez dos (ainda) poderosos: “se este comunista do Lula ganhar ele não vai levar, nós impediremos”. Imagine se no lugar dele estivesse Brizola, desde sempre mais demonizado e odiado por eles que Lula? A democracia participativa recomeçou ali porque o estrategema da Globo de editar o debate foi bem sucedido, senão talvez estivéssemos sob jugo fardado por mais 21 anos.

      1. É uma hipótese muito plausível. Naquele momento a arrogância militarista, apesar da visível e apavorante destruição até física do país, ainda persistia – e qualquer demonstração democrática de poder civil ou de conhecimento acadêmico era capaz de deixar vermelho de raiva muito oficial que continuava a se julgar acima de tudo e de todos, inclusive de Deus e da Ciência. Hoje, os restos mortais de arrogância militarista ainda conseguiram emplacar um ardil semelhante antes da eleição de 2018, através de um simples tweet. Mas já não havia respaldo para tanto, embora o faz-de-conta fosse muito conveniente. A mídia tornou em urro de leão um simples balido. Analisar com frieza todo este processo é muito difícil, mas é necessário, porque sem esses entendimentos não será possível avançar historicamente.

    3. Não foi erro do Lula. Foi crime da Globo. A vitória de Pirro no campo progressista do Lula foi, então, a derrota de toda a esquerda no segundo turno, e a Globo se rejubilou com isso. Aquela foi mais uma grande lição da História, uma lição valiosa sobre as artimanhas eleitorais da elite reacionária. De qualquer forma, temos que entender, mesmo reconhecendo o gigante político que Brizola foi, que seu PTB desde sempre foi dilacerado e nunca se apresentou suficientemente estruturado e ideologicamente firme. E o Brasil precisava então de um grande partido de massas que encabeçasse com viabilidade a sua luta por desenvolvimento, justiça social e, principalmente, soberania para construir uma vida própria, independente das imposições imperialistas. De todo esse entrechoque e essa adversidade política, nasceu e cresceu o PT, que fez de fato o Brasil sentir o peso e o orgulho de ser a mais admirada entre todas as nações, por 12 fecundos anos. Estes doze anos foram suficientes para que o povo brasileiro secularmente marginalizado sentisse o valor do reconhecimento de sua cidadania e de seu direito pleno de partilhar do progresso do país, coisas que ele conquistou quando deu seu voto ao PT. O diletantismo, o amadorismo, todas as fraquezas e os defeitos que Brizola via e denunciava no PT inquestionavelmente ajudaram-no a se aperfeiçoar, a transformar-se em um partido mais plural e mais nacionalista, e a ser digno de representar todo o campo progressista, incluindo aí a valiosíssima herança brizolista.

    4. Aceita que dói menos. O Lula superou o Brizola, que, o apoiou de forma absolutamente admirável no 2º turno, ponto. Armações globais são uma constante. O gênio brizolista atravessa a própria garganta com espinhos de frustrante recalque. Contribui com nada.

  4. Atrevo-me a dizer que, se Brizola tivesse participado ativamente dos governos do PT, seja com que tipo de aliança que fosse, com CERTEZA não teriam acontecido os erros que permitiram à direita bater da forma que bateu e encurralar a esquerda até chegar ao golpe.

    1. Concordo plenamente. Mas infelizmente no PT, tem uma plutocracia que jamais conviveria com o Brizola.E isto foi uma desgraça, uma tragédia!

  5. Uma pequena sugestão aos seus vídeos: um microfone ajudaria muito a qualidade do som. Som de qualidade, em vídeos nos quais o que há de mais importante é o que a pessoa diz, é o caminho certo pra aumentar o seu alcance

  6. A ponto de um psicólogo, que tem um canal no youtube, fazer tudo para parecer com ele, desde o físico até as tiradas de gaúcho da fronteira.

  7. Por vezes penso que o país carece de um grande filme sobre o Brizola, para levar às novas gerações sua memória e seu exemplar amor ao Brasil. Mas não consigo imaginar qual ator possa representá-lo. O mais terrível seria a escolha de um ator que não bate com a personagem, como o rapaz imberbe que lamentavelmente a Globo escolheu para representar Dom Pedro II.

  8. Eu acabei de comprar uma biografia do Leonel Brizola, chamada “El Caudillo” do FC Leite Filho.

    Aparentemente o jornalista teve um contato bastante proximo com Brizola, vale a pena a leitura?

    Estou perguntado o Fernando Brito porque ele deve ter o habito de ler os livros sobre Brizola.

    Queria que ele comentasse mais sobre ele.

  9. Este artigo abaixo, Fernando, escrevi como comentário a um texto que não me lembro mais de quem nem de quando (meus 78 me atrapalham, e as coisas se arrastam por um tempo cruel demais para o sofrimento já insuportável de um povo que não merecia), mas me traz claramente na memória a esperança que tínhamos, reunidos naquela praça, a praça da matriz, a praça do povo, defronte a um palácio, o palácio do povo, Palácio Piratini, cantando o hino criado por Pereio, ouvindo a voz de Lauro Hageman na Rádio da Legalidade, a praça lotada, e na sacada o vulto do engenheiro, do governador, do líder, do legalista, do comandante, criador de absolutamente tudo de progresso, justiça e igualdade que aconteceu até hoje no Rio Grande do Sul, e esperando que o tempo então parasse e que a luta se transformasse – num átimo – numa situação de fraternidade de uma nova era. Que esperamos até hoje.

    Nunca como hoje está tão evidente a diferença entre o ente público que pensa nas próximas gerações e os egoístas ou pusilânimes que só pensam nas próximas eleições. A segurança, a ordem e o ordenamento jurídico em cada Estado, no regime federado, é dever e atribuição do governador, eleito para isso. Os órgãos estaduais de segurança devem obediência a esse chefe do executivo. Há os que têm consciência disso e responsabilidade e coragem para exercer o comando dessas forças, mas também os frouxos que se interessam apenas por salvar seus pelos e garantir os cargos; portanto, tentando enganar o povo de que estão interessados na justiça, na democracia e no bem estar da sociedade. Pois Brizola, sozinho, enfrentou o poder das Forças Armadas que queriam dar um golpe de estado, ou seja, correspondeu de forma ímpar àquilo que o povo lhe deu nas urnas: a sua defesa. Neste episódio o Brasil perdeu a oportunidade de se livrar definitivamente do espírito golpista que esteve sempre presente no meio castrense, desde o golpe do Deodoro. Somos o único país do planeta em que a independência foi um mero acordo familiar de pai para filho, no qual oito milhões de quilômetros quadrados caíram no colo de um aristocrata despreparado e sem qualquer noção de liberdade, justiça social ou fraternidade. Infelizmente Brizola foi traído por Tancredo Neves (parece que é um mal hereditário a traição nesta família) e o país ainda vive num estado de submissão, covardia e auto-desprezo. Temos hoje quatro estados governados pelo PT: a Bahia, por Rui Costa; o Ceará, por Camilo Santana; o Piauí, por Wellington Dias; e o Rio Grande do Norte, por Fátima Bezerra. Temos ainda o Maranhão, governado (?) por Flavio Dino, do PCdo B; o Amapá, por Waldez Goes, do PDT; o Espírito Santo, por Renato Casagrande, do PSB; e Pernambuco, por Paulo Câmara, do PSB. Teoricamente, todos sedizentes de esquerda. Pois, juntando os oito, o resultado não dá um Brizola sozinho. Todos pensando nas próximas eleições, desde já lançando nomes, injetando dinheiro na midia alternativa para a campanha precoce, aceitando passivamente o resultado espúrio das últimas eleições, e, cometendo o pior crime e a pior desonra que um político pode cometer hoje em dia: deixando mofar na cadeia um inocente, que dedicou a carreira e a própria vida pelo povo brasileiro. Covardia? Falta de liderança? Ausência de comando? Cada dia mais e mais a nação deve sentir falta de Brizola. E Lula, o melhor presidente da história brasileira só cometeu um erro: não colocar Brizola em seu Ministério. Os dois juntos fariam as reformas necessárias que Jango não conseguiu e que transformariam este nosso país numa nação a caminho de um regime mais democrático e socializado.

  10. Lula é Lula, o maior e melhor brasileiro de todos os tempos, mas Brizola merecia ter sido pelo menos também duas vezes Presidente do Brasil. Acho que ele, Brizola, teria mais pulso firme e combatividade para se contrapor à ditadura midiática que assola o Brasil. Também notei problema de áudio no vídeo, o que dificulta um pouco sua fruição. Brizola faz muita falta, foi um verdadeiro Herói do Povo Brasileiro. E você, Fernando Brito, se diz que não é o porta-voz ou a pessoa mais indicada para discorrer sobre o admirável Brizola, tem nos mostrado muito da grande lição desse brasileiro digno e honrado. Saudades.

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