“Nós” da eleição do Rio são Lula, Paes, evangélicos e periferia

Tal como nas pesquisas de São Paulo e Minas, penso que o quadro mais revelador da disputa estadual da pesquisa GenialQuest publicada esta manhã é o quadro que vai ai em cima, pois é o retrato que terão boa parte das eleições nos grandes estados, que tendem a se alinhar, ainda que não automaticamente, à escolha do eleitor sobre o voto presidencial.

E a vantagem de Marcelo Freixo é muito pequena, sobretudo se considerar-se a baixa expressão política de Cláudio Castro, um ilustre desconhecido até substituir o outro ilustre desconhecido, Wilson Witzel, elevado ao seu breve governo pela maré bolsonarista de 2018.

Há vários fatores a explicar que esteja obtendo ente 21 e 24% em primeiro turno, vencendo, na margem de erro, a disputa com Marcelo Freixo, que tem entre 18 e 20% : o alívio que teve a situação econômica do Governo do Estado, beneficiado por uma tolerância que outros não obtinham do governo federal, suas ligações com as igrejas evangélicas, muito fortes do Estado e, claro, o apoio total da famiglia Bolsonaro.

Nada disso é suficiente, porém, para explicar o baixo desempenho – algo que já se notou em outras eleições – de Marcelo Freixo nas áreas mais pobres da capital e da periferia do Rio. Ali, a vantagem de Castro, muito articulado com a prefeituras e lideranças locais, dobra.

Está claro que é aí que o apoio de Lula será essencial para mudar, como registra a pesquisa, a situação de Freixo para melhor. E onde a candidatura de André Siciliano, político da Baixada, com quatro mandatos de deputado estadual que tem muito mais articulação na região. como vice ou mesmo como senador.

Eduardo Paes, prefeito carioca, é outra pedra que falta mover no tabuleiro. Os 5% obtidos por Ciro Gomes no Rio (o mesmo que Sergio Moro) não animam a apresentar um candidato “pendurado” em seu nome ao lado do ex-governador do Ceará, tanto que o próprio candidato pedetista ao governo do Estado, Rodrigo Neves, esforça-se para garantir um lugar no palanque de Lula.

Este, com uma votação de 39 ou 41%, dependendo do cenário, tem espaço para crescer mais um pouco, como mostram os 47% que obtém no segundo turno contra Bolsonaro, que marca 36%.

De qulquer forma, uma inversão espetacular do que havia obtido o ex-capitão por aqui, em 2018, quando venceu Fernando Haddad por 68% a 32% no Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

 

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