Nota da Defesa: menos anódina do que parece

A nota oficial do Ministério da Defesa, assinada pelo Ministro Fernando Azevedo e Silva, embora pareça anódina, traz alguns sinais de que há dificuldades tanto para uma adesão quanto para uma reação aos abusos do Presidente da República.

O ministro Fernando Azevedo e Silva dá a impressão de estar “imprensado” entre o núcleo militar do Governo – Mourão, Heleno, Luís Carlos Ramos e Walter Braga Netto – e o comando das Forças terrestre, naval e aérea.

Os primeiros parecem estar mergulhados até a medula no processo de poder totalitário de Jair Bolsonaro, com disfarces cada vez menores.

Já os que seguem nos postos de comando ativo não apenas relutam em entrar na aventura como se incomodam profundamente com o estado de agitação que este processo de subversão comandado pelo Planalto começa a criar agitação e intranquilidade nos quartéis.

Os pontos interessantes, porém, é são a menção em ser “inaceitável” a agressão a jornalistas, em tom forte, o que é um evidente alerta às gangues bolsonaristas, e a menção à gravidade da pandemia, tema ao qual o presidente não dá importância senão como problema econômico.

É evidente que é muito pouco, até porque há 15 dias já havia sido uma outra nota, com idêntico grau de neutralidade.

Só que não há neutralidade em meio ao processo evidente de articulação de um golpe político.

Mais ainda quando já é sabido de todos o desagrado do presidente com o comandante do Exército, general Edson Pujol e deste com o comportamento público do presidente.

 

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14 respostas

  1. Não há como esconder que os milicianos do Executivo encontram resistência nas FAAs, principalmente nos oficiais mais graduados e em postos de comando. O problema é a base ligada por interesses salariais ao atual presidente (essa palavra para o coiso me dá enjoos). Um general sem tropas é um velho fantasiado de medalhas. A covardia das outras instituições faz larga a estrada do autogolpe e do estado fascista de exceção. A História .os alerta.

  2. A liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático. No entanto, qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável.

    Realmente, não tem nada de anódino na frase do ministro da defesa. Ela torna inaceitável apenas o espancamento de jornalistas e outros profissionais da imprensa. Enfermeiros e esquerdistas, para citar somente dois exemplos recentes, as hordas bolsonaristas podem espancar à vontade, que o general certamente dirá “e daí?”, como o seu chefe genocida.

    1. E agora descobriram que o espancador é funcionário do ministério da Damares. Segundo o UOL, ganha mas não faz nada e nem aparece no trabalho. Não faz nada? Bem, não se pode dizer que não faça nada… Como ele devem haver muitos outros “servidores” que andam por aí, de camisa amarela e bandeira no pescoço.

    2. E agora descobriram que o espancador é funcionário do ministério da Damares. Segundo o UOL, ganha mas não faz nada e nem aparece no trabalho. Não faz nada? Bem, não se pode dizer que não faça nada… Como ele devem haver muitos outros “servidores” que andam por aí, de camisa amarela e bandeira no pescoço.

  3. O esforço que se faz para encontrar alguma esperança de”sanidade” na tropa de GOLPISTAS,é imensa.
    Acho ,tempo perdido.
    Estamos em 2020 ,século 21,e ainda dependemos neste país DO HUMOR E A BOA VONTADE DOS PRIMATAS FARDADOS,que hoje só deveríam apitar para sugerir alguma coisa ao presidente CIVIL, só se forem consultados.
    Mas,isto é Brazil ! zil ! zil !,os primatas decidem como deve ser a vida de milhões de brasileiros.

  4. Os militares estão numa enrascada. Se ficarem o bicho come, se correrem o bicho pega.
    Estão fazendo malabarismos para tentar esconder as diabruras do capitão corona, mas o capita é incontrolável. Quando pensam que contornaram a última crise, lá vem o Bozo detonando mais uma, por motivos, no mínimo, escusos.
    Neste sentido, estão apostando alto ao concordar com a reabertura da economia e assumirem a conta das dezenas ou, que Deus nos livre, de centenas de milhares de mortos pela pandemia.

  5. Leio a informação de que já estariam no governo de Bolsonaro, cooptados, cerca de 2 mil militares, bem pagos e alimentados
    Divulgo e imediatamente sou corrigido por um colega que me informa que o número já estaria em 2.350 elementos (e isso sem contar o aparelhamento que deve estar havendo nas polícias federal, civil e militar pelo país)
    ..fica difícil, pois só aqui falamos de 3 BATALHÕES inteiros (e dos maiores) entronados pelo Ogro ..me parece que é uma estratégia copiada da antiga Alemanha Nazista, qdo Hitler se preparava pra tomada final do Poder.

  6. A nota poderia e deveria ter sido mais enfática e direta. Se há restrições nas 3 armas ao comportamento do presidente e suas ações isso precisa ser explicitado pois as FFAA historicamente sempre atuaram na política republicana e as instituições civis sempre ficam à mercê do que acham as instituições militares, um equívoco na vida política nacional mas que ainda pesa e muito. Congresso e STF somente agirão se virem que não há risco, do contrário emudecerão e o governo permanecerá. Está difícil a luz no final do tunel.

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