O Brasil não se constrói; ao Brasil, vende-se

vendese

O Brasil está, reconhecidamente, numa situação de gargalo na geração de energia elétrica.

Escrevi, outro dia, aqui, como este ano está se sustentando, mal e mal, por conta dos projetos de geração eólica, que permitem garrotear os vertedores das hidrelétricas ao mínimo necessário e, assim, reter a água escassa.

O que faz o país? Licita a construção de novos sistemas, para aumentar o potencial de geração hídrica?

Não, claro.

Vende as que já existem, que agora passam a ser administradas por uma simples relação de lucros: é óbvio que quanto mais se abrirem as comportas, mais energia se gera e mais dinheiro se ganha,  sem contar, claro, a pressão por aumento de tarifa. Porque é a geração onde se ganha produzindo, na transmissão e na distribuição apenas se repõe, como maior ou menor ganho, o gasto para levar o produto ao consumidor.

No caso das usinas da Cemig, privatizadas hoje, o prejuízo vai além. O lucro previsto para o período de outorga é de R$ 40 bilhões. Como os bônus de outorga somaram R$ 12 bilhões, não é nada complexo ver que estamos, pela necessidade de caixa, “vendendo” por 30% do preço uma renda assegurada.

No outro leilão realizado hoje, o de áreas petrolíferas, igual não vendemos o direito de pesquisar a existência de óleo, com o risco – aliás, cada vez menor, graças á tecnologia – de encontrá-lo ou não em quantidades comerciais. Vendemos petróleo garantido e provado e o resultado só não é pior porque a expertise e o conhecimento da Petrobras faz dela um sócio lucrativo para todas as multinacionais, inclusive a gigante Exxon Mobil, grande vencedora da disputa.

A lesão, aí, mais do que a participação societária, é o que se perde com o fim da cadeia produtiva gerada pelo petróleo, provocada pela minguante exigência de conteúdo nacional. O argumento de que é mais caro produzir aqui os equipamentos necessários à prospecção e exploração, o que é verdade.

Nenhuma indústria se forma e ganha competitividade sem antes ganhar escala.

O  raciocínio rastaquera de investidores de balancete jamais alcançará isso, é claro.

O Brasil é um overnight para falar a linguagem econômica da minha geração, formada no ambiente da especulação.

 
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8 respostas

  1. Para justificar o primarismo do raciocínio econômico destes sujeitos, só com muito malabarismo pseudocientífico. É o império das leitões e dos sardenbergs.

  2. Quem comprou vai querer maximar os lucros à custa da segurança energética, sem dúvida; e com o mínimo investimento, apenas manuteção básica e ainda pressionarão o desgoverno por mais vantagens em caso de seca severa, ou seja, privatizam os lucros e socializam o prejuízo.

    1. Nem existe o que investir nelas, pois estas Usinas estão prontas há mais 30 anos e nem comporta expansão. O potencial hidrelétrico já é totalmente explorado. Vai é encarecer a energia com o correr do tempo e tirar competitividade da indústria e encarecer até o agronegócio irrigado.

  3. O Brasil não precisa mais de “AÉCIOs”, “LULAs”, “BOLSOMINTOs”, “SERRAs”, “ALCKMINhos”, “DORItos” e “CIRItos”,.. muito menos de ELEIÇÕES,… o BRASIL precisa URGENTE de BALAS… muitas BALAS de FUSÍS .. e uma GUILHOTINA “modelito” LUIS XVI instalada na frente da FIESP moendo dia-e-noite até o Rio Tietê mudar de nome para RIO TINTO..!

  4. Lembro de uma lenda(ou historia verdadeira neste caso) que diz que, Gurgel(dos automoveis brasileiros) fez consultas com os seus professores, quando ainda estudante de engenharia mecanica, sobre o seu projeto de um carro brasileiro. Ao que eles responderam ao empreendedor brasileiro: Gurgel, carro nao se faz, carro se compra(e da’ renda aos gringos).

  5. Energia elétrica é essencial em lares, indústrias, hospitais, setores de serviços, etc. O que faz o “governo”? Entrega nas mãos de estrangeiros um setor estratégico. Esta gente deveria ser fuzilada por traição ao país.

  6. Os comunistas chineses comprando tudo, que serao os comunistas desse governo e seus apoiadores kim ,doria globo estadao,KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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