O corte da Previdência é pobres não se aposentarem.

Mente-se muito quando se fala am Previdência Social.

E as mentiras funcionam porque a imprensa, salvo exceções, não informa com toda a crueza, quantos e quais são os gastos da aposentadoria dos trabalhadores.

Tomemos os dados oficiais da Previdência (de janeiro/18) publicados e disponíveis a todos, portanto.

O Brasil tinha, então, 32 milhões de pessoas recebendo benefícios de natureza permanente, excluídos os auxílios temporários (doença, maternidade, acidente de trabalho).

  • 10,5 milhões eram aposentados por idade (mínimo de 65, homens/60 mulheres), com valor médio de R$ 969,83;
  • 6,1 milhão de aposentados por tempo de contribuição (35/30 anos), com proventos médios de R$ 1.986,92;
  • 3,3 milhões de retirados por invalidez, recebendo em média R$ 1.194,72;
  • 7,68 milhões eram pensionistas por morte, com média de R$ 1.168,63;
  • 2 milhões de idosos recebiam o Benefício de Prestação Continuada, R$ 952,72 por pessoa e…
  • 2,5 milhões de portadores de deficiência, física ou mental, R$ 951,08 cada um.

Como o salário mínimo era de R$ 954, vê-se que pouco ou nada se poderia cortar de “privilégios” onde o grupo com maior média fica na casa de dois salários mínimos.

Aliás, entre os benefícios pagos naquele mês pelo INSS, 85% foram menores que dois mínimos e, até 3, 93,2%. Maiores do que 5 salários, só 1,2%.

É evidente, portanto que, afora as maldades inviáveis de gar uma “gorjeta” de R$ 400 a idosos e deficientes, não há o que cortar aí, a não ser…

Sim, é isso mesmo: impedir as pessoas – estas, que recebem um nada – de se aposentarem.

O aumento de 15 para 20 anos do tempo de contribuição para quem vai se aposentar por idade – maior parte dos benefícios, como se viu – significa, na prática, aumentar em mais que estes cinco anos a idade mínima real, porque aos mais velhos, frequentemente fora do mercado de trabalho, é mais difícil contribuir.

Isso vai ser especialmente cruel no campo. “Exigir que trabalhador rural contribua por pelo menos 20 anos é dizer que não vai mais haver aposentadoria rural, e as aposentadorias rurais foram um mecanismo essencial para combater a pobreza no país”, diz a professora Denise Gentil, da Faculdade de Economia da UFRJ, no UOL.

O mesmo raciocínio perverso levou aos 40 anos de contribuição para ter a integralidade do benefício, que são mais cinco para o homem e dez para as mulheres.

E é perverso porque, além de retardar pagamentos de aposentadorias, conta com a economia de, como as pessoas não irão morrer cinco ou dez anos mais tarde, vai se pagar menos até que “passem desta para a melhor”.

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