Jair Bolsonaro é, politicamente, um destes valentões de botequim, que fala alto e desafiadoramente, e que se considera garantido pelo “amigo fortão” do Exército Brasileiro.
Não vai brigar, mas conta com que todos ficarão intimidados e irão saindo para o lado, para evitar confusão.
Sua suposta ameaça de decretação de “estado de defesa” ou de sítio são completamente inócuas.
O Estado de Sítio, salvo no caso de guerra provocada por país estrangeiro, não pode ser decretado antes do Estado de Defesa.
O Estado de Defesa não suspende os poderes estaduais e municipais, muito menos os poderes Judiciário e Legislativo.
Autoriza, é verdade, a suspensão da liberdade de imprensa, mas dificilmente isso poderia ser posto em prática sem criar uma crise política inacreditável.
Não vai acontecer, mas amedronta meia-dúzia, não mais.
Mais grave, entendo, é a atitude do sr. Marcelo Queiroga, futuro ministro da Saúde que, segundo Lauro Jardim, que “pretende ir aos hospitais numa espécie de blitz para conferir pessoalmente se as UTIs estão lotadas e se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid”, para tentar dar razão à defecação verbal do chefe.
Se o sr. Queiroga acha que milhares de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e auxiliares – que arriscam as vidas e levam risco todos os dias para suas famílias – estariam fraudando atestados de óbitos para “aumentar ” as mortes por Covid é que deve estar enxergando neles traço do que tem em si próprio.
Se, de fato, fizer isso, espera-se que seja escorraçado pela comunidade médica que, infelizmente, tem sido muito leniente com um genocida no poder.
PS. Após o post, Queiroga negou que vá fazer blitzen mas não comentou as suspeitas de fraude levantadas por Bolsonaro. Desta forma, associou-se a ela.