O Tijolaço tem um imenso e triste orgulho em ter revelado que Paulo Fernando Melo, um dos mais desaforados lobistas que usa a chantagem do voto religioso para tentar fazer a Presidenta Dilma Rousseff vetar a lei que prevê assistência às mulheres vítimas de estupro, é um histórico integralista, herdeiro tupiniquim da ideologia fascista de Mussolini e Hitler.
E maior tristeza ainda em publicar o tamanho que este crime de estupro vem tomando, como revelou a matéria do Terra, que o blog do Nassif reproduziu.
São, apenas no Rio de Janeiro, 6 mil casos registrados no ano passado. Se admitirmos que, pelo fato de mais da metade dos estupradores denunciados serem pessoas do círculo de relações da vítima, o número de estupros seja o dobro do registrado na polícia, são 12 mil mulheres violentadas.
O crescimento do número de registros cresceu 56% em quatro anos, embora parte deste aumento venha do fato positivo de a violência estar sendo denunciada.
Traduzindo numa imagem que todos possam entender e dimensionar: são trezentos ônibus, cada um conduzindo 40 mulheres vitimadas.
E, embora todas as mulheres vítimas de violência sexual tenham direito a assistência, tudo é mais dramático porque a imensa maioria destas mulheres é pobre. Bairros e cidades da periferia chegam a taxas de estupro 10 vezes maiores que as áreas mais nobres da capital.
Mas talvez seja impreciso dizer que são mulheres a maioria das vítimas.
Porque são crianças: 51,4% dos estupros foram cometidos contra meninas de até 14 anos.
Em números mais reveladores que a percentagem: três mil meninas!
É elas que, em nome de um fanatismo que pode ser tudo, menos religioso, que estes monstros querem deixar desassistidas, sem um atendimento médico imediato, que inclusive lhes informe de seu direito legal a tomar a pílula do dia seguinte e evitar uma gravidez abominavelmente iniciada.
E às pobres, nem é bom falar dos recursos que elas não tem para evitar isso o que, mesmo com toda a dor e sofrimento que isso provoca, está ao alcance da minoria que dispõe de recursos.
É algo tão monstruoso que mesmo no Brasil atrasado de 70 anos atrás já não era concebido por pessoas com senso de justiça, tanto que desde 1940 essas meninas e mulheres são protegidas.
Querer que continue a não existir, na prática, essa proteção legal é tripudiar, monstruosamente, sobre quem já sofreu a mais inominável das violências.
4 respostas
Além dos integralistas, a ala conservadora da Igreja Católica, leia-se o medieval Padre Paulo Ricardo, e a bancada evangélica no Congresso, leia-se Pastor Marco Feliciano estão contra o projeto de lei. Para eles essa atitude é cristã.
Retrato cuel de um país violento e desigual, mas que não sensibiliza nossas elites, refratárias que são às injutiças sociais. Não vi refer6encia alguma do Papa a esse problema tõ grave. Precisamos urgentemente aprofundar a revolução democrática!
esse blog é de humor?
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