O país do porteiro é o país do medo

Por incrível que pareça, há verdade no que falou o porteiro do condo minio de Jair Bolsonaro, Alberto Jorge Mateus, ao dizer que se sente “pressionado por ele mesmo”.

Estamos todos.

Até uma conversa de botequim com desconhecidos, historicamente um hábito do carioca, passou a exigir cuidados e contenção.

Vai que é um fanático?

O Brasil do ódio, do policialismo, da agressividade e do “escracho” que se formou nos últimos seis anos, de uns tempos para cá, também se tornou o Brasil da milícia e da bala.

No qual os órgãos de perseguição de tornaram onitpotentes, ao ponto de que não precisa de mais, além de chamar para um depoimento, para fazer um homem modesto se desdizer, pressionado por si mesmo.

Não é só o porteiro Alberto: testemunhas, como ele, juízes, tribunais e até o Supremo estão, como todos percebem, pressionado por eles mesmos, numa época em que o medo prescinde até da ameaça.

 

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7 respostas

  1. Um porteiro com medo, se desdizendo, até entendo; é um trabalhador simples. Mas, ministros do stf? Magistrados? Sujeitos com muito dinheiro, muita proteção pública, que, se estressados, podem passear em outra galáxia pra fugir dos problemas… Jamais entenderei.

    1. Tá, e as fotos de barbado em baby doll e outros pecadilhos? Todos têm seu próprio torniquete nesse sistema fascista. E pior fica na medida da mentira que construíram, seja na esfera pública ou privada.

    2. Tá, e as fotos de barbado em baby doll e outros pecadilhos? Todos têm seu próprio torniquete nesse sistema fascista. E pior fica na medida da mentira que construíram, seja na esfera pública ou privada.

  2. Quantos anos se passaram desde o assassinato da Juíza Patrícia Acioly? Não é de hoje que a milícia atemoriza no RJ.

  3. Fernando, muito obrigada por colocar em palavras o que a tempos estamos sentindo _/_
    Jornalismo terapéutico

  4. Medo e covardia resultam do complexo de Tiradentes, mito implantado e cultivado desde a infância nas mentes de todos os brasileiros, como um “chip da opressão” embutido em cada cabeça. O mito de Tiradentes é, antes de mais nada, a afirmação do opressor sanguinário que nunca foi confrontado, muito menos derrotado, em toda a nossa história. O poder opressor não tem rosto. É onipotente e invencível.
    O brasileiro é condicionado desde cedo a não “bancar o Tiradentes” diante da classe dominante. Portanto, enfrentar e destruir esse mito é o primeiro passo para recobrar a coragem cívica indispensável para construir cidadãos de verdade.

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