O Planalto, agora, é todo militar

A confirmar-se a nomeação do general Walter Braga Netto para a a Casa Civil da Presidência da República, o Palácio do Planalto se torna, virtualmente, uma instituição militar, porque coabitarão ali o general Heleno (GSI), o general Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e o major reformado da PM, Jorge Antonio Oliveira, na Secretaria-Geral.

Os efeitos, claro, não podem ser bons.

Afinal, quando o Exército invade e ocupa a política, nada mais natural que a política também invada o Exército.

Discreto, Braga Netto não é um politiqueiro como seu colega Ramos, que já no comando militar de São Paulo, espalhava-se em churrascos e selfies com políticos.

Embora Onyx Lorenzoni já fosse pouco mais que um zero à esquerda, ainda era um deputado e tratar com milico, afinal, não é das coisas mais agradáveis para os parlamentares.

A relação, que já é ruim, tende a piorar.

Braga Netto traz, também, um inconveniente: tem-se de achar uma função para ele e certamente não serão as jurídicas, em parte já podadas da Casa Civil para o amigo e homem de confiança Jorge Oliveira, que vão atrair o novo general.

Pensar que ele vá assumir missões estratégicas esbarra no fato de que este governo não tem estratégia alguma.

A impressão é que Bolsonaro está se fechando num casulo militar, dada a sua incapacidade de articular-se na política.

Casulos, como se sabe, são protetores, mas são também prisões das quais só as larvas que se desenvolvem são capazes de sair, rompendo-os quando estão suficientemente fortes.

Não parece ser o caso da larva em questão.

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16 respostas

  1. Nenhuma novidade,ELES OS ENTREGUISTAS DE FARDA finalmente criando coragem e assumindo o seu filhote,O GOLPE A MANDO DO TIO SAM.
    O asno foi um acidente ,mas,como todo cão raivoso é difícil de ser controlado Cedo ou tarde conseguirão ,mas,o importante é que o trabalho foi feito, A DESTRUIÇÃO DO BRASIL COMO UMA NAÇÃO INDEPENDENTE.

  2. Agora a economia vai, pelo menos a dos militares de pijama. Tudo tem o lado bom, depende para quem. Por outro lado o comprometimento deles com o golpe aprofunda dia a dia, serão responsabilizados certamente, esse é outro lado positivo.

  3. Me parece que Bolsonaro planeja um altogolpe. Se cerca de militares e empareda o congresso e judiciário (que já tem um general infiltrado). Bolsonaro vai radicalizar, por isso está se cercando de militares.

  4. O planalto é todo militar desde o primeiro governo pós-golpe, o governo Etchegoyen. Bolsonaro não manda em nada, só foi ali colocado pelos generais para criar factóides e manter a imprensa ocupada enquanto as reuniões do alto comando continuam a alinhar o Brasil para um longo período de colònia extrativista.

  5. O general Walter Braga Netto – interventor militar no Rio quando Marielle Franco e Anderson Gomeso foram assassinados pelo miliciano vizinho de poucos metros de Jair Bolsonaro (casas 58 e 65), muito possivelmente contratado pelo capitão Adriano, outro miliciano amigo tri-homenageado da família Bolsonaro – deve saber muito muito mais cositas sobre o crime hediondo do que nosotros.

    Não é certamente à toa que -, imediatamente após a sanguinária queima de arquivo na Bahia (desvio de dinheiro público em rachadinhas e assassinato de Marielle Franco, entre outros casos) – o fã de torturadores e milicianos Jair Bolsonaro põe agora o general Braga no colinho e aconchego do palácio do planalto.

    Tá quase tudo dominado.

  6. O Planalto é todo militar, e a economia vai naufragar, acompanhada da tragédia social, da calamidade moral e da catástrofe ambiental. Parece que este segundo governo dos militares não vai deixá-los muito bem na fita.

  7. No Pentágono tupiniquim só falta escalar o general Newton Cruz. Aliás, o capitão de plantão não decretou luto de três dias, bandeira a meio mastro e 21 tiros de canhão em homenagem ao miliciano patriota…

  8. Está tudo indo de vento em popa. Só falta um AI18 para exterminar o crime organizado promovido por 35 anos de esquerda no poder !

  9. Mais a vez a palavra “articular” a esconder o antigo “toma lá dá cá” que Bolsonaro se nega a aceitar.

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