Fica claro, no noticiário, que o afastamento de Deltan Dallagnol da Lava Jato tornou-se um fato à procura de uma forma para acontecer.
A “justificativa” dada na nota de Raquel Dodge, de que ele será mantido por ser o “promotor natural” dos casos da Lava Jato esbarra numa contradição lógica: como pode alguém ser “promotor natural” de algo que nem sequer está na jurisdição que ele habita, a da 1ª instância?
Tudo indica que a decisão será tomada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, e logo.
Logo e, diga-se, tarde demais para que ele possa ser usado como ‘bode expiatório’ dos pecados de Moro.
O repórter Severino Motta, do BuzzFeed, antecimpa que o desfecho virá na próxima semana, usando, em princípio, alguma das várias reclamações contra Deltan no CNMP, preferencialmente uma que não diga respeito às revelações do The Intercept.
É provável, depois do que está para ser conhecido nas próximas horas, isso não baste nem para ele nem para seu chefe de fato na Operação, o hoje ministro da Justiça.
De qualquer forma, no caso de Deltan, o final solitário possa ser atestado pelas deserções que sofre.
Hoje, em O Globo, Merval Pereira desiste dele ao dizer que é o “alvo” do STF.
Quando cair, não é difícil pensar para onde se voltarão todas as armas.