O relógio da morte

Não tem jeito.

A gente se protege apenas por dois motivos: ou a razão, ou o medo.

Racionalidade, no Brasil, porém, não pode existir com um governo como o que temos, presidido por alguém com sintomas de psicopatia grave e perversidade impensável, ainda mais com um exército de idiotizados a amplificar sua ação deletéria, confrontando o poder público e querendo quebrar o parco isolamento que aqui se pratica, insuficiente para retardar a expansão da doença.

Que seja então pelo medo que se sensibilize as pessoas.

O número de casos, no mundo, neste final de semana, está avançando à velocidade de uma China por dia. Ontem foram 60 mil casos novos, hoje serão mais de 70, quase 80 mil.

O número de casos nos Estados Unidos, o país “invulnerável”, passou de 100 mil casos e chegará ao final do dia com mais de 300 mortes em 24 horas.

Logo chegará, à medida que parte destes novos casos agravarem-se, perto da Itália, que beira as mil mortes, ou a Espanha, com 575, em quatro horas.

Aqui, embora acho que seja cedo para esta apavorante previsão, a Folha fala que uma equipe de pesquisadores ingleses sugere que o número de mortos no Brasil pode ir de 44 mil – com medidas rigorosíssimas de isolamento, testes generalizados e acompanhamento dos casos – até impensáveis mais de um milhão, no caso de ser seguida loucura bolsonarista de deixar tudo seguir normalmente.

Ainda que seja a melhor das hipóteses traçadas ainda seria uma catástrofe inimaginável.

Se não temos autoridades públicas capazes de tratar isso senão como um circo, que seja pelo medo que todos se previnam, que se cuidem, que se isolem e sigam, pelos meios possíveis, orientando e esclarecendo as pessoas.

Qualquer pessoa com responsabilidade vê, olhando os dados, como é rápida a expansão do vírus.

O relógio da morte segue batendo sem que nossos governantes cuidem de atrasá-los.

 

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14 respostas

  1. Uma certeza me resta, é a de que os responsáveis por estas centenas de milhares de mortes, que poderemos ter, pela quebra da frágil quarentena em alguns dos estados, irão se somar aos números finais desta tragédia, não passarão ilesos desta vez, o mundo acompanha o que está acontecendo aqui. Haverá o troco.

  2. – Alô, gostaria de falar com o Bolsonaro
    – Aqui é ele, taokey?
    – Bolsonaro, aqui é o Trump.
    – Opa, diga, meu querido.
    – Me faz um favor. Diga pro seu povo sair na rua e voltar a trabalhar como se nada estivesse acontecendo, please. Quero testar um negócio, rapidão, pra ver o que acontece.
    – É pra já, Sir. I love you!

  3. Esse governo está predestinado, desde o início, a terminar em tragédia. O pior ainda está por vir.

  4. Como já dissemos, está havendo uma guerra global entre o Dinheiro e a Vida. Nas crises, o capitalismo neoliberal aciona uma hierarquia de privilégios. Primeiro, que se salve a riqueza dos ricos através de resgates. Segundo, que se garanta os direitos das empresas de lucrar com uma catástrofe. Por fim, que se deixe as pessoas morrerem em um ritmo politicamente aceitável.

    Mas uma pandemia gigante força reflexões recalcadas, e traz para primeiro plano a questão da morte das pessoas. E as pessoas começam a morrer sob holofotes que não podem ser apagados nem por corrupção, e a morrer dentro de um ritmo politicamente inaceitável.

    Claro que os ricos não vão querer que o mundo pare para cuidar da vida, fazendo minguar seus lucros. Eles lutam pelo dinheiro e não pela vida. E se no mundo inteiro os governos estão a optar pela vida e não pelo dinheiro, mesmo que sejam forçados a isso depois de errarem feio como na Itália, é porque fica provado: Tomar o partido do dinheiro é optar por um time perdedor, que vai perder o jogo contra a vida por goleada. E assim, Bolsonaro já perdeu e estrebuchar só vai fazer sua derrota ficar cada vez mais feia. Ele pode até fazer mil carreatas e mil vídeos de “Não pode parar”, mas já perdeu. E vai ser rápido.

    1. Prevendo o pior, como é de meu hábito em relação aos “de cima”, quando o empresário que tem seus bens divididos entre suas empresas e o capital financeiro, suas ações, e resolver reaplicar na produção para ressuscitar seus negócios produtivos, vai retirar dinheiro do capital financeiro. Este não tem dinheiro porque, acredita-se, entre 20 a 40% do dinheiro existente no mundo é ficção, produto de manobras contábeis nas nuvens, na internete. São apenas dígitos sem correspondência com o produto. Aí as ações e aplicações diversas não vão valer mais nada. A economia real, produtiva, vai se arrastar durante anos e eu quero ver se no futuro os vagabundos que querem ganhar dinheiro sem trabalhar vão financiar de novo os bancos de investimento.

    2. Quero sobreviver o suficiente para ver sujeitos das “carreaças” se estapeando por um respirador no Einsten.

      1. Os ricos estão desperdiçando a infraestrutura que têm a disposição e, ao invés de protegerem-se adequadamente, não percebem que a Covid-19 não é uma Ebola ou uma Malária, mas sim uma doença que não escolhe cor, religião e classe social.

      2. Os ricos estão desperdiçando a infraestrutura que têm a disposição e, ao invés de protegerem-se adequadamente, não percebem que a Covid-19 não é uma Ebola ou uma Malária, mas sim uma doença que não escolhe cor, religião e classe social.

  5. Um idiota nos Estados Unidos, um idiota louco no Brasil. O que pode resultar disso para os povos que eles governam? Tragédia total.

  6. Poie eu acho que há no Brasil,MILHÕES DE PESSOAS,IDÊNTICAS AO BÓSTA-NARO.Vão morrer muitas,infelizmente,mas vão morrer sorrindo.

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