Os ex-industriais

Enquanto a gente vai seguindo o noticiário e imaginando a inevitável reação iraniana ao ataque dos EUA e a entrada da economia mundial, de novo, em tenso compasso de espera, outras notícias vão ficando pouco destacadas e contextualizadas.

Um delas é o descontentamento que estaria acontecendo entre industriais paulistas com o fato de que o Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estaria todo o tempo se oferecendo a Jair Bolsonaro, enquanto a indústria míngua por falta de consumo e de políticas de investimentos.

Minguar, está mesmo minguando e basta ver os dados que traz o G1, dizendo que “pela 1ª vez em 40 anos, Brasil exporta mais produtos básicos do que industrializados“.

E vejam que não foi sequer por terem crescido as exportações de commodities brutas tiveram até uma ligeira queda (2% a menos), muito menor que o tombo dos manufaturados (-11%) e semimanufaturados (-8%).

Mas quanto à reação dos industriais, esqueça. Não os temos mais, senão alguns pequenos e impotentes. O resto – salvo as exceções que confirmam a regra – nem mesmo de industrial pode ser chamado: de nacional tem licenciado, tem montador, tem “engordador de empresa” para passá-la adiante.

Nem pensar nos velhos capitães de indústria do século passado, que tinham uma ligação quase carnal com a produção.

A maior prova são os dirigentes das suas associações mais importantes, a Fiesp e a Firjan, dirigidas por ex-industriais.

Paulo Skaf e Eduardo Gouveia Vieira já venderam, faz muito tempo, suas indústrias – o primeiro, a têxtil, e o segundo, a de refino de petróleo – e se eternizam no comando das suas entidades: Skaf, por 16 anos e Vieira por 24.

Ambos torcem por negócios de ocasião, não pelo desenvolvimento de plantas de produção, de tecnologia e de expansão internacional de nossa economia.

Estão se lixando para o fato de o país estar sendo eternizado na condição de colônia agrícola e mineral, desde que posam estar nos lugares de beneficiários do entreposto. Foi por isso que assistiram e assistem, quietos e calados, a alienação do petróleo, a liquidação da indústria naval e o massacre de indústria de construção pesada, onde poderíamos aspirar posições globais.

Tudo no que pensam é em tirar direitos e salários de seus trabalhadores.

São os patos da Paulista, nadando de patadas para seu suicídio como empreendedores e uma longa vida de especuladores.

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

11 respostas

  1. A máfia-a-jato destruiu a indústria da construção civil, destruiu a
    indústria naval e tentou destruir a pecuária. Tio Sam ficou feliz. E, como foi dito no artigo, a exportação de matérias-primas DIMINUIU. Mas a exportação
    de manufaturados DESPENCOU. Voltamos 40 anos no tempo. Parabéns,
    capitão! Parabéns, conje! Missão cumprida!

  2. MAS,A PERGUNTA É “QUEM ESPERA ALGO DE PARTE DE SUJEITOS QUE SÓ VISAM O LUCRO????”
    Nada contra ,eles devem estar lucrando com isso,não tenho dúvidas.Erramos ao imaginar algum pensamento coletivo em sujeitos que carecem de valores morais ,eles só existem se dão lucro,se isso não acontecer, desaparecem.
    Não vejo nenhum problema nisso, o problema está justamente nos deste lado,que ficam imaginando atitudes elevadas nesses mercaderes do esforço alheio.

  3. Pois,Sr.Fernando Brito.De longe já se antevia,O SUICÍDIO DA INDUSTRIAS DE BENS CONSUMIVEIS.As razões,são muitos,mas como os ETERNOS AGIOTAS DA ECONOMIA,não mais investem em ações,posto que a produção de bens de consumo,matou o consumidor,restando ainda,poucos PEQUENOS BURGUESES,que ainda demandam algo,com o que sobrou do FESTIVAL CONSUMISTA,os AGIOTAS,pseudos expertalhões,passoram a agiotar os TESOUROS DOS PAÍSES,às custas dos TÍTULOS PÚBLICOS,que estão no LEITO DA MORTE,pois não existem mais tributos,para nutri-los,já que as arrecadações não mais existem,face a AUSENCIA DE CONSUMO DAS MASSAS,que foram mortas,a pão e agua,restou portanto,salvo a INDÚSTRIA DE GUERRA DOS PAÍSES BELICISTAS,cujas armas estão se tornando inúteis,pois não existem mais,vítimas em pé,que também estão próximas da morte.Exemplo.Indústria de guerra dos E.U.da América do Norte e mais alguns,pois se vendem,não recebem mais e com isso,o que restou?Mera torcida dos P.Burgueses,eternos vassalos dos ricos,que não oferecem nada mais,que ULULAR COMO QUALQUER TORCIDA DE TIME PEQUENO.

  4. Resumindo, a ideologia do empreendedorismo do andar de cima é só pra enganar os otários do andar de baixo. Parafraseando o velho ditado, essa ideologia criada por falsários e farsantes virou a pimenta ardida nos olhos dos outros!

  5. Sim.

    Seu que repito isso até demais, mas a Revolução Colorida do Pato Inflável Gigante foi pra isso mesmo: reduzir o território brasileiro a um gigantesco plantation miliciano gospel.

  6. São industriais nanicos e atrasados, fabricantes de copos e parafusos.
    São camundongos em um mundo de elefantes, e não aspiram nem a ser esquilos ou marmotas.
    O industrial brasileiro, não é nem um nem outro.

    1. Perfeito! São herdeiros da elite agrícola escravocrata do sec . XIX. Por essa gente estúpido teríamos escravidão ainda hoje!

  7. A realidade do Brasil de agora é muito simples. Cuide de si que o resto não tem importância. Ninguém está mais a fim de pensar o País. Apenas se virar, produzir o seu, fazer pra si e desfrutar bons momentos em bons lugares. E se muitos estão mal, sem perspectivas, sem futuro, problema deles.

    Se suicidem-se, como dizem os baianos!!

    Para o brasileiro comum, hoje em dia, não existe mais qualquer forma de “identidade nacional”. É tudo “mundo material” e “necessidades básicas” no dia a dia e a “busca do prazer” pra relaxar.

    E tanto faz como tanto fez pois agora já não existem ideais, projetos, essa babaquice toda.

    E tudo que vier, e até mesmo o que não vier, é LUCRO!!!

  8. vamos com calma nessa análise ..Lembrem-se que a partir de 2003 os transgênicos foram legalizados, dando IMPORTANTE salto não só na produção como na participação da pauta brasileira ..fora que em breve veremos tb o crescimento da linha petróleo engordando estas proporções ..somem-se a estes fatos as sucessivas políticas cambiais desenvolvidas, INCLUSIVE com a massiva injeção de dólares pós 2008 pra levantar a economia dos EUA e pronto, o caldo esta feito, uma vez que os efeitos nocivos do cambio sempre pesam muito mais nos industrializados do que nas commodities básicas..
    Qto a indestria, isoladamente, é verdade que a nossa tem minguado ano apos ano, e ficado pra trás tb em parte devido a migração pra CHINA e, tb temos que assumir, as deformações mercadológicas trazidas pela tal ENglobalização que não encontrou no Estado brasileiro (tipo com CADE por ex) nenhum ponto de resistência regulatória ou de contemporazição ao canibalismo autofágico que se seguiria com o avanço dos estrangeiros por nosso pequeno e nascente pólo manufatureiro.

    PRONO,agora espero seis meses pra publicar e alguém querer debater

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *