Pazuello lança o ‘Plano Nacional de Improvisação’ da Covid

A bagunça generalizada no galpão do Ministério da Saúde junto ao aeroporto de Guarulho não podia ser mais simbólica da desorganização, do improviso e da precariedade do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.

Aliás, Pazuello ‘entregou’ o objetivo do ato ao convidar os governadores para visitarem a câmara fria onde estavam as vacinas, dizendo que seria “uma boa fotografia”.

Mas, é claro, nem uma boa fotografia Pazuello consegue produzir: tudo ali rescendia à improvisação. No que era visto e no que era dito.

Antes, ele já tinha desmontado a conversa do “Dia D e Hora H”, ao dizer que os governadores poderia começar a vacinação também improvisadamente, hoje, “às 17 horas ou às 18”.

O general da Saúde também não teve o que dizer sobre a reposição de vacinas que são distribuídas agora com instruções para que metade seja reservada para, daqui a duas semanas ou pouco mais, rejam reforçadas com uma segunda dose. Limitou-se a afirmar que “vai pedir celeridade ao Butantan” sem dar um pio sobre a necessidade de que o governo brasileiro pressione Astrazêneca e Sinovac para que enviem matéria prima para a produção local.

Aliás, o episódio das ‘não-vacinas’ indianas já deveria ter feito acenderem todas as lâmpadas e sirenes de alarme sobre o óbvio: será cada vez mais difícil obter vacinas no exterior à medida em que avança a vacinação no mundo e crescem as pressões para que mais vacinas sejam entregues.

Os suprimentos para o Butantan e a Fiocruz produzirem as doses no Brasil estão com a entrega atrasada – no caso da Fiocruz, nem a primeira carga chegou – e sem isso não há condições que garantir que a vacinação que começa aqui não tenha de ser interrompida, o que dirá ser acelerada, como seria o ideal.

Mas agora, ao final do dia, o governo federal vai dar por “cumprida a missão” e voltar a sua politicagem cloroquinista, porque é preciso agradar o chefe, o presidente.

Pazuello, porém, já está no rolete, assando. Só serve agora para para recolher os pecados do governo.

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