Perícia de Lula aponta fraude em documentos da Odebrecht

leitorfantoches

A nota publicada hoje na coluna Painel, da Folha, em que se informa que “perícia contratada pela defesa do ex-presidente Lula afirma que a Odebrecht apresentou documentos fraudados à Justiça” registrando o que seriam  repasses de propinas a políticos, abre o que seria uma tempestade se aos procuradores da Lava Jato fossem exigidas provas e não simples convicções.

Haveria, segundo a nota,  “marcas de montagem ou enxerto” nos papéis,  inconsistências em datas de transações e  também em assinaturas. O perito contratado pela defesa de Lula tem, a seu favor, o fato de ter mostrado a veracidade dos recibos de aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente, ao ponto de Moro reconhecer que não há “falsidade material” neles, guardado o conveniente espaço para sustentar que são verdadeiros, mas falsos ideologicamente.

Este caso virou um embrulho onde a população só é informada de fragmentos. Primeiro, apresentou-se uma “lista da Odebrecht” onde, imaginou-se, estariam todos os registros informatizados da empresa.

Não era bem assim e partiu-se para a incrível afirmação do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima de que as senhas oferecidas pela empresa delatora eram “frias” e não se conseguiu acessar o “impenetrável” sistema. Valeriam, portanto, os papéis que dele dizem ser.

Já havia surgido o famoso advogado Rodrigo Tacla Duran que – a salvo da cadeia por ser também cidadão espanhol – declarou que o famoso sistema Drousys da Odebrecht “foi manipulado e adulterado, antes, durante e depois de ter sido bloqueado pelas autoridades da Suíça”.

E, dias atrás, circulou a notícia, não desmentida, de que os peritos da Polícia Federal descobriram violações no arquivo do tal Drousys que estava com a Procuradoria-Geral da República.

É claro que ninguém duvida que a Odebrecht tenha dado dinheiro – e muito – a políticos de tendências de “A a Z”. Mas os indícios de que houve manipulação dos documentos – seja para “enxertar”, seja para “podar” conteúdo – exigiria, no mínimo, a abertura de uma investigação e investigação não conduzida pelos próprios “donos” das provas, os procuradores da Lava Jato em Curitiba e em Brasília.

Este paíis não pode admitir ser tratado como os manifestoches do desfile da Tuiuti e o clima destes dias prova isso.

Não queremos ser leitorfantoches e menos ainda eleitorfantoches.

 

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