Sai o “Posto Ipiranga”, entra o “Zélio”?

Tereza Cruvinel, em sua coluna no Jornal do Brasil, diz que o futuro “superministro” da Fazenda, Paulo Guedes, “lembra preocupantemente a ministra da Economia de Collor, Zélia Cardoso de Mello”.

Não só pelos ‘superpoderes” concentrados em sua pasta como, também, pela quantidade de encrencas que parece disposto a arrumar, de saída.

Como Zélia, ele também vem comprando brigas com as elites econômicas, a exemplo da recente promessa de “enfiar a faca” no Sistema S. Espera-se que não a repita com qualquer forma de bloqueio de ativos financeiros, o que seria outro tipo de facada em Bolsonaro. Um estelionato.

Também não crio em bloqueios ou confiscos, sobretudo porque não há a “razão” hiperinflacionária a justificá-los.

Nem há, ao que indiquem sinais, a disposição “kamikaze” de Collor no próximo presidente. Bolsonaro pode fazer marolas, mas não quer remexer com águas profundas das quais podem surgir surpresas negativas. Reparem que ele, se não desautorizou, também não fez eco aos planos de “facada” de seu “Posto Ipiranga”

Mas penso que existe uma tensão entre as promessas mágicas de que “combate à corrupção” e “desregulamentação da economia” possam produzir milagres mais sólidos que bolhas de sabão.

Para “voos de galinha”, a depender da velocidade e da profundidade que alcancem os sinais de uma virada recessiva na economia mundial, há, claro, espaço no curto prazo.

E, aí sim, se justifica o temor de que Paulo Guedes possa “azeliar-se” nestes primeiros dias.

Bolsonaro precisa de dois “espetáculos” ruidosos para se mover no front onde tem menos liberdade de ação: o político.

Sérgio Moro e Paulo Guedes estão chamados a promover barulho e despertar uma solidariedade moralista-mercadista que empurre os parlamentares a aprovarem medidas impopulares como a reforma da Previdência.

Política parlamentar nunca foi o forte deste deputado de sete mandatos e poucos amigos no Congresso.

Ao contrário das pirotecnias, competência que não lhe deve deixar de ser reconhecida.

 

 

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6 respostas

  1. Quando o Mourão vai assumir? No primeiro ou no segundo semestre de 2019? Neste caso, não é obrigatória nova eleição?

    1. Novas eleições (diretas) apenas com a saída de ambos, presidente e vice, até 31/dez/20; e indiretas depois desta data. Na minha opinião, mourão e os outros gorilas já assumiram faz tempo, mas a data em que darão um pé na bunda do nazi não será contada nem em meses, mas semanas. Bolão?

      1. Eu prenuncio um desastre, porque Mourão & cia acham que vai ser fácil derrubar o Bozo e comentam isso de forma semi-pública. Mourão, em particular, com o excesso de exibicionismo de seu potencial poder na mídia, só o que está conseguindo fazer é deixar a família Bozo prevenida quanto ao seu projeto de golpe. Isso não tem qualquer possibilidade de acabar bem.

        1. Pois é, não sabemos muito dessa guerra de bastidores, mas depois que ouvi o termo famiglia bolsoprano, não descarto sua opinião. Mesmo apostando num mandato relâmpago do bozo. Será que alguém se surpreenderia se descobrissem ligações dele com milicianos e o assassinato de Marielle? Quem sabe não seja mais só o bunda suja da época de geisel.

  2. a turma é louca e, por isso, nem descarto um confisco, só pra mostrar que pode. Justificativa não é o forte deles

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