Santos Cruz: militar da reserva não representa as Forças Armadas

Em artigo publicado no Estadão, o general Santos Cruz, demitido do ministério do Governo Bolsonaro por conflito com a ala olavista publica, no Estadão, duro e expressivo artigo repelindo o envolvimento das Forças Armadas com o Governo.

É a primeira manifestação expressa de legalismo do Exército, no qual o general ainda é uma referência entre o alto oficialato.

Destaco alguns trechos:

“As Forças Armadas são instituições permanentes do Estado Brasileiro e não participam nem se confundem com governos, que são passageiros, com projetos de poder, com disputas partidárias, com discussões e disputas entre Poderes ou autoridades, que naturalmente buscam definir seus espaços e limites.”

“O militar da reserva, seja qual for a função que ocupa, não representa a instituição militar. O desempenho de qualquer função, quando o militar está na reserva, é de responsabilidade pessoal. As instituições militares são representadas pelos seus comandantes, que são pessoas de longa vida militar e passaram por inúmeras avaliações durante a vida profissional, seguramente escolhidos entre os melhores do seu universo de escolha.”

“As Forças Armadas estão presentes na história do Brasil, na defesa da pátria, na pacificação do país, na educação, na ciência, na construção, no desenvolvimento, etc, e até mesmo na política, em tempos passados, com todos os riscos, responsabilidades e desgastes inerentes a isso. Não por acaso, foi justamente no regime militar que as FA decidiram, acertadamente, sair da política e ater-se ao profissionalismo de suas funções constitucionais.”

As Forças Armadas, por serem instituições de Estado, não devem fazer parte da dinâmica de assuntos de rotina política. A dinâmica de governo não é compatível com as características da vida militar. Os militares são unidos, os comandantes são preparados, esclarecidos e mantêm o foco na sua missão constitucional.

As FA são instituições que não participam de disputas partidárias, de assuntos de rotina de governo, de assuntos do “varejo”.

“(…)por isso mesmo, creio que não se deixarão tragar e atrair por disputas políticas nem por objetivos pessoais, de grupos ou partidários. Acenos políticos não arranham esse bloco monolítico que é formado por pessoas esclarecidas e idealistas, comprometidas com o Estado e com a nação, que integram uma das instituições mais admiradas pelo povo brasileiro.”

Se são, de fato, um “bloco monolítico”, como diz Santos Cruz e dirigidas por seus comandantes de direito e de fato – não por pastiches palacianos – o texto deve ser lido como um recado: não há unidade nas Forças Armadas para uma aventura golpista com Bolsonaro.

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16 respostas

  1. Santos Cruz – militar da reserva – não representa as Forças Armadas.

    Só para pontuar melhor: Santos Cruz representa, quando muito, uma das facções das FAOB – Forças Armadas de Ocupação do Brasil ou Forças Armadas de Ocupação das Boquinhas.

  2. Se ele acredita realmente em tudo isso que escreveu devemos fazer as seguintes perguntas :
    Se ele acha mesmo que as Forças Armadas são parte permanente das instituições do Estado por que então ele resolveu subir de “passageiro” na política e justamente no “ônibus” deste atual desgoverno? Aliás um que sem nenhuma lugar a dúvida ou a erro é o pior que já tivemos em toda a nossa história e olha que somente conhecemos formas degradadas ou corrompidas de governos como a demagogia, a oligarquia e/ou a tirania. Seria necessário também perguntar a ele por que civis e militares como ele ajudaram num intervalo cíclico de 50 anos mais uma vez a destruir uma república, uma democracia, inacabada e em construção, é verdade, mas uma república e uma democracia, essa nossa frágil e Severina tão duramente e custosamente obtida? Se ele afirma “as FA decidiram, acertadamente, sair da política” ele precisa agora então nos explicar duas coisas por que os militares resolveram “retornar” a cena política e justamente “retornar” pelas mãos do que há de pior da presença dos militares na vida política do Brasil nada mais distante do profissionalismo, do respeito a Constituição e a própria instituição militar?

  3. O FB ainda continua iludido com o Exército brasileiro. O Brasil só terá paz quando acabar esse exército que só ataca o “inimigo interno”.

  4. SEM OS ARROUBOS DO PASPALHÃO E MUXIBENTO PELANCUDO HELENO, O HOMEM DO PIJAMA E LOGO GENERAL NÃO MAIS QUE APOSENTADO, PRONTUÁRIO DESABONADOR NO HAITI NA TRUCULÊNCIA ANÁLOGA A DE UM TONTON MACUT DE BABY DOC, E, ADEMAIS A FAZER VISTA GROSSA QUANDO ASSESSORAVA O INACREDITÁVEL NUZMANN E SUAS BARRAS DE OURO NA OLIMPÍADA A FECHAR DESEMPENHO SUSPEITO AGORA NESSE G.S.I. UMA FURADA NA COCAÍNA DO AVIÃO PRESIDENCIAL, DISCRETO, POIS, ESSE GENERAL SANTOS CRUZ ACORDA DISPOSTO A SE DESVENCILHAR DA PROXIMIDADE DE PARES DESPUDORADOS. SE PERFILA AO LADO DO QUE AINDA PARECE RESTAR DA FORÇA ARMADA A JUSTIFICAR UMA NAÇÃO, ENTÃO!..

  5. Belíssimo romance. Enxerga tensões onde há verdadeiros atos de agressão do executivo aos dois outros poderes, à constituição e à decência.
    Não há nada de normal em Bolsonaro.
    Só há harmonia quando as vontades criminosas do miliciano mimado são atendidas e quando não se coloca em risco a integridade da familícia.
    Não há nada de normal em militares aposentados se tornarem comensais do governo pendurando-se em cargos públicos para os quais possuem competência zero pra exercer.
    Não há funcionamento das instituições quando se desferem violentos ataque às instituições e seus representantes, munidos de toda covardia disfarçada de bom senso pacificador, não respondem à altura. A casa mordida um pedaço a menos de democracia, se é que ainda podemos chamar assim nosso sistema político.
    Diante de tudo isso e do silêncio das FA somos obrigados a crer que quem caldas consente e, como diz Santos Cruz, a opinião dos militares da reserva é pessoal e não representa as FA, só se inclui a própria opinião de militar da reserva.

  6. Será que ele conhece o Gal. Villas Boas? Serâ que ele conhece o Gal. Heleno? Parece que os generais não se conhecem, isso é ruim pois a tropa, alienada e educada para obedecer sem pensar pode ficar desorientada. Seria bom as Forças Armadas mudarem seu discurso de “OBEDECER SEM PENSAR” para “PENSAR PARA SEREM OBEDECIDOS”.

  7. Tudo em seu momento. Esta nota tem o endereço certo do STF e quer dizer: “Sigam em frente, que não haverá golpe de Bolsonaros.”

  8. Os generais e militares de pijama amigos do Mico fascista, que desgoverna o Brasil, parecem que se tornaram kamikazes do poder.. Mas será que é porque acham que as tropas da ativa irão defendê-los?? Ou será que ainda acham que a Leia da Anistia irá beneficiá-los??

  9. General de Reserva não manda mais em nada, so tem mesmo respeito da tropa e ponto final… General Santos Cruz falou isso de forma objetiva.

  10. Não devia nem poder usar uniforme. Aposentou não é mais, foi um dia.
    Ninguém é chamado de Doutor , de Engenheiro, se Advogado fulano ou beltrano. Porque essa babação em volta de generais.

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