Se a conta não fecha, qual é o truque?

Fábio Pupo, Bernardo Caram e Thiago Resende, na Folha de hoje, dão números à obviedade que este blog tem insistido em apontar: as contas da suposta reforma tributária que Paulo Guedes anuncia ao país não fecham. E não é por centavos, mas por uma diferença imensa. E, é claro, não têm nelas nenhum centavos para o misterioso “Renda Brasil” com que Bolsonaro pretende tornar-se o herói dos pobres.

A tal desoneração das folhas de pagamento, seja para o salário mínimo, seja na versão de abatimento linear de 25% para todas as faixas salariais vai tirar cerca de R$ 100 bilhões da arrecadação, basicamente, da Previdência Social. Dinheiro do trabalhador que vai direto para o patrão, na forma de custos menores. E, segundo mostram as experiências recentes de nosso país, sem impacto positivo expressivo sobre o emprego.

Como a nova CPMF daria uma receita de R$ 120 bilhões – a conferir, porque com o “lobo guará” muitas transações vão acabar sendo feitas em dinheiro vivo, no modelo “família Bolsonaro” – e mais R$ 20 bilhões seriam perdidos com a elevação do piso do Imposto de Renda para R$ 3 mil, a soma é zero.

Além disso, claro, o custo das transações iria passando de conta em conta e terminaria no bolso do consumidor.

Donde se conclui que não há um ceitil para o tal “Renda Brasil”, que provavelmente será só uma repartição, se conseguirem fazer passar, dos recursos já colocados no Bolsa Família, no abono salarial e em outros pequenos programas sociais.

Então é assim: ao povo o que já é do povo, ao empresário um pouco do que era do trabalhador.

 

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7 respostas

  1. E incrível como não se discute as ideias de quem já se mostrou grosseiro idiota, exemplificando: bolsonarista (“o presidente(???) me autorizou”) e anti-china, e que um dia diz que os bancos nos roubam e no outro concede tudo aos bancos na maior cara de pau.
    Suas reformas são incógnitas e a fórmula básica é tirar dos milhões de pobres como na reforma da previdência e dar o que pode aos poucos bilionários, que, por razão, estão com ele.

  2. Além disso, aumenta o famoso déficit da previdência. Assim logo, logo volta a cantilena da necessidade de outra reforma para tungar de novo o bolso do trabalhador enquanto o banqueiro vai se tornando mais rico a cada dia.

  3. Que inveja dos franceses! A estas alturas já estariam todos com coletes amarelos quebrando tudo que vissem pela frente.

  4. Dados de 2007 mostram que a base da CPMF era 3,5 vezes o PIB. Para arrecadar R$120 bi com alíquota de 0,2% a nova taxa teria que incidir sobre R$60 trilhões, mais de 8 vezes o PIB.
    Alguém deveria perguntar no posto de gasolina qual o milagre da multiplicação de transações, já que dizem que não será uma nova CPMF.

  5. Em se tratando do incompetente Guedes, tudo o que se pode esperar é isso: chutes, erros grosseiros, balões de ensaio estapafúrdios, falta de visão e planejamento totais. Além disso, todos sabem para qual time Guedes joga…

  6. Dados de 2007 mostram que a base da CPMF era 3,5 vezes o PIB. Para arrecadar R$120 bi com alíquota de 0,2% a nova taxa teria que incidir sobre R$60 trilhões, mais de 8 vezes o PIB.
    Alguém deveria perguntar no posto de gasolina qual o milagre da multiplicação de transações, já que dizem que não será uma nova CPMF.

  7. ate o reino mineral sabe que a nota de 200, 400, 1000 e pra evitar o novo/veio impostinho…

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