Secretários de Pazuello fizeram opção pela morte. E a assinaram

Enquanto estava em curso o depoimento com “pinta” de ser plantado para desqualificar a denúncia de omissão de Bolsonaro diante de indícios de irregularidades na compra de vacinas, chegava à CPI da Covid, o recibo, assinado e oficial, que dois dos principais auxiliares de Eduardo Pazuello, em seu nome, formalizavam a decisão do governo brasileiro de não se interressar por vacinar toda a população contra a Covid.

Descoberto pelas repórteres Natalia Portinari e Julia Lindner, de O Globo, um documento assinado pelo coronel Élcio Franco, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, além de outros dirigentes do Ministério da Saúde dispensam uma garantia de compras, pelo Consórcio Covax Facility da Organização Mundial da Saúde porque pretendiam vacinar apenas o que consideravam “grupos de risco”: idosos, profissionais de saúde e pessoas com doenças preexistentes.

No documento, datado de agosto, quando o Brasil contava 30 mil mortos, há a indicação de que nos bastariam 89 milhões de vacinas, o correspondente a 44,5 milhões de pessoas.

Hoje, chegamos a 520 mil óbitos.

Nunca houve a intenção de vacinar toda a população e o mais depressa possível. Só em fins de janeiro, quando era impossível deter a vacinação com a Coronavac do Butantan, o Governo Federal lançou-se à procura de uma pequena quantidade de doses indianas – para disputar o marketing da vacinação. O contrato da Fiocruz com a Astrazêneca só seria assinado em setembro e as entregas efetivas, apenas em março, um mês e meio depois, assim mesmo com apenas 4 milhões de doses.

Não só é claro o desinteresse em vacinar em massa os brasileiros como está escrito e assinado pelas autoridades – se é que se pode chamá-las assim – autoridades sanitárias do governo, se é também que se pode chama-lo assim, Jair Bolsonaro.

 

 

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