Serra e a natureza do escorpião

A já agora provável candidatura José Serra a presidência – leia a coluna de Dora Kramer, do Estadão, via Conversa Afiada, não é uma notícia, é uma fatalidade.

Já havìamos tratado disso aqui, dias atrás, dizendo que maior – muito maior – que a ambição, em Serra, é o ódio.

Ninguém se engane achando que é  Aécio Neves quem faz sua boca se contorcer em esgares pavorosos.

Aécio é apenas um idiota, um traste a quem Serra atribui tantas qualidades quanto a um Álvaro Dias ou um José Agripino Maia.

Com a ameaça – sim, sua candidatura é uma ameça –  Serra estica seu ferrão em direção a quem ele jamais perdoou ou perdoará.

Fernando Henrique Cardoso.

Serra, no íntimo, sempre se sentiu incomodado com o brilhareco – que todos consideram brilho – intelectual de Fernando Henrique, em relação a quem se considera mais bem preparado como gestor e, sobretudo, mais capaz de implantar o modelo neoliberal e privatizante .

Ao mesmo tempo, Serra – ao lado de Sérgio Motta – tinha horror ao grupo de “meninos da PUC” liderados por Pedro Malan, em especial por Gustavo Franco, nomeado para o Banco Central por FHC.

É obvio que Serra atribui a Fernando Henrique o desequilíbrio do sistema financeiro que, na sua avaliação, foi o responsável por sua derrota para Lula em 2002.

E mais ainda está convencido que a “herança maldita” do ex-presidente funcionou como um peso terrível em sua segunda tentativa de chegar ao posto de Presidente da República que. “de nascença” , lhe cabe.

Ano passado, quando Fernando Henrique passou a criticar a incapacidade de Serra de formar alianças e atrair aliados, o escorpião que o habita e contorceu e decidiu.

Serra está disposto a morrer, mas matará antes.

É da sua natureza.

 

 

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