Não é pela importância econômica dos voos do sul da África que Jair Bolsonaro concordou em seguir as restrições que a maioria dos países está impondo em função da tal “variante ômicron”, vinda de lá e com impacto ainda desconhecido sobre o número de casos de Covid.
É porque Bolsonaro está, pelos piores motivos, que haja um novo – e improvável – surto de casos aqui e e ele volte a ficar na posição que tem: um governante incapaz de tomar medidas sanitárias adequadas.
O que lhe seria fatal eleitoralmente.
Não é provável que o Brasil volte a viver uma alta descontrolada de casos e de mortes por Covid, dado o nível de vacinação que a memória vacinal teve aqui, embora com um presidente que, até agora, se negue a dar o exemplo e tomar a vacina.
A história de que o Brasil “não aguenta mais um lockdown” – o que nunca tivemos – é conversa para boi dormir e continuar sustentando que isso teria sido a origem da crise econômica, o que já não convence nem a “velhinha de Taubaté”.
Note-se, sobre isso, a quase completa desaparição do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ressurgiu hoje apenas para referendar uma medida em que teve pouca ou nenhuma influência, mas que manteve silêncio total sobre as medidas preventivas no ingresso de estrangeiros proposta pela Anvisa.
A diferença do que passamos ontem para o que passamos hoje não é uma política sanitária, é apenas pelo fato de que a pressão social obrigou, a contragosto, este governo a vacinar.