Vida ou morte para Bolsonaro, agora, é PEC dos Precatórios

A revisão – ainda irreal, mas menos – das previsões inflacionárias para o final do ano, feita hoje pelo governo, são a prova de que, sem a PEC dos Precatórios, adiando para o próximo governo R$ 49 bilhões em pagamento de dívidas judiciais irrecorríveis, o governo Bolsonaro terá zero de espaço para medidas demagógicas de fim de governo – e de eleição – pondo uma trava no “Quem quer Dinheiro” que planeja para manter sua viabilidade política.

E olhe lá, porque se bobear seu desgaste é tão consolidado que nem panfletando cédulas de real seu nome é aceitável para a grande maioria da população.

Na proposta orçamentária enviada ao Congresso há pouco mais de duas semanas, a previsão de inflação era de 5,9% neste ano e 3,5% no ano que vem. Agora, o Governo reconhece que será de 8,3%. E é pouco, porque a base com que se trabalha no mercado, sem escrever isso no papel, é de ao menos 9%.

Mas a coisa é ainda pior, porque o INPC, que reajusta o salário mínimo (e, com ele, aposentadorias, pensões, benefícios, abonos e uma série de putras despesas que comam mais de 60% do comprometimento da receita da União) arrisca ter uma correção superior a 10%. Hoje, a previsão, muito otimista, da Fundação Getúlio Vargas, é de 9,1%.

Assim, o Governo teria uma despesa “extra” por conta da inflação entre R$ 20 e R$ 30 bilhões anuais por conta disso, o que equivale ao custo de ampliação do valor do Bolsa Família para R$ 300 mensais por benefício concedido.

No mesmo caminho vão as despesas financeiras com a elevação da Taxa Selic, que pode ir a 8,5% no fim do ano, para o qual, em janeiro deste ano, previa-se 3%.

Isso, claro, se o mercado externo continuar mantendo os níveis atuais de rejeição de riscos associados a investimentos nos emergentes, entre os quais nos saímos, disparado, os piores com o “barulho” político-institucional em que Jair Bolsonaro nos enfiou e que anula o grande potencial de atração do mercado brasileiro.

Por isso, conseguir “meter a mão nos R$ 59 bilhões da pedalada dos precatórios – ou na maior parte disso – é tão vital para Jair Bolsonaro e já começa a ser trabalhado por Arthur Lira e por Rodrigo Pacheco.

Apesar das diferenças, deputados e senadores se unem quando se trata de dinheiro em período pré-eleitoral, desde que possam tirar nacos deles.

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