De todas as irregularidades que Jair Bolsonaro foi acusado por Sérgio Moro, só uma tem materialidade, embora todas devam conter verdade.
É a assinatura digital de Sergio Moro no ato de exoneração do delegado da Polícia Federal.
Todas as demais só servem, caso Bolsonaro negue, no padrão moro de “prova”, os da “convicção”. A não ser pela improvável presença de um gravador, este no padrão joesley, é a palavra de um contra a do outro.
No caso da assinatura, não.
Se a assinatura digital de Moro foi lançada no documento, trata-se de um mix de falsidade ideológica, falsidade de documento público e falsificação de sinal público.
Se não, pode ser alegado que o foi por hierarquia e, até, pela concordância vernal de Moro, que basta ser alegada.
Além do mais, não era necessária e, portanto, a não ser por má-fé ou “cagada” de algum auxiliar, o que poderia ser resolvido, de forma quase instantânea, por uma republicação eletrônica sem isso, o que bastaria para corrigir.
O que há, sem dúvida, torna inescapável um processo por crime de responsabilidade, do qual o procurador Augusto Aras não poderá espapar de pedir ao Supremo e este, imediatamente, concordar.
Bolsonaro anuncia uma entrevista para as 17 horas.
Virá chumbo grosso e muito grosso. Bolsonaro, mais que Moro, sabia do que o ex-juiz é capaz, inclusive, como já fez, gravar o próprio Palácio do Planalto.
Se é verdade que Bolsonaro lhe propôs uma ilegalidade grave ao ponto de arapongar, pessoalmente, investigações e relatórios da PF, só isso já era motivo para não querer servir a um potencial criminoso.
Moro pretende ser o herói do possível impeachment de Jair Bolsonaro. Como todo pavão, tem de tomar o cuidado de que não lhe vejam os pés.
Minha impressão é que, a partir das cinco, a palavra mentiroso será muito pronunciada.
54 respostas
Que se devorem.
Aqueles ministros todos, o sorriso do Mourao no canto da boca, o sinistro da Saúde com cara de moribundo, tava com toda pinta de enterro do governo. Do outro lado, com a pauta neoliberal caindo com a pandemia, há muito pouco o que evite um impeachment. Sobrou o pilar conservador amalucado de costumes com Damares, Weintraub e Ernesto Araújo. Resta saber quais militares de alta patente permanecerão avalizando esse desgoverno. Acho que poucos. A maioria deve ficar com a opção Mourão.
O canalha do Moro só está atirando no Boçalnato porquê foi contrariado com a demissão de seu cumpicha e tambem porquê não pode indicar o substituto. Senão continuaria conivente com esse desgoverno que ajudou a eleger.
Acho que essas coisas que você mencionou são apenas os pretextos agora utilizados por aqueles, que há muito tempo vêm Bolsonaro como uma pedra no caminho, admitida circunstancialmente, mas que lhes serviu muito bem para o serviço sujo de liquidar com a Nação e se apoderarem de vez do Estado. “E eles não terão culpa”, é o que tentarão fazer por passar. Moro, assim como os outros agentes de opressão devem obediências a várias instâncias superiores, de fora e daqui. E nesta hierarquia, Bolsonaro foi um eficiente agitador de massas e difusor de medos e ódios. Tarefa cumprida!. Agora é continuar, como se fossem os “limpinhos heróis” que libertaram o povo de um “sujo”, que os traiu.
Pois,ingenuidades deveriam ter limites.Senão,vejamos ou LEIAMOS;quem da troup toda,é o maior beneficiário disso tudo?Ah!O GENERAL VICE?Acertou ou acertaram,os INCRÉDULOS ELEITORES BRASIGUAIOS BRASILEIROS!
Moro apenas mostra que realmente estava à altura do cargo de capacho do bozo. E, como o Fernando Brito sabiamente disse, acusa na base da convicção, achando que está lidando com o PT. Não descarto o engavetador geral esconder mais um processo contra o chefe.
https://cdn.kapwing.com/final_5ea32b321229960015b10437_328378.gif
Mais um crime de responsabilidade perpetrado pelo… SUJO ‘mor(T)o’.
E referendado pelo tal Valeixo!
***
Tânia Mandarino: Moro foi quem ligou para Valeixo para impedir cumprimento de habeas corpus de Lula
24/04/2020 – 12h44
(…)
FONTE: https://www.viomundo.com.br/politica/tania-mandarino-moro-foi-quem-ligou-para-valeixo-para-impedir-cumprimento-de-habeas-corpus.html
… E a mídia progressista e a esquerda “parece que não ouviram o SUJO ‘mor(T)o’ vomitar que ‘o desembargador Rogério Favreto do TRF-4 não teria competência para exarar a ordem de soltura do presidente Lula'”!
Ou seja, mais um crime de responsabilidade perpetrado pelo fascista/golpista de Maringá!
Mais uma autodelação premiada!
Sim, “a esquerda que a direitona adora”!
https://twitter.com/sensacionalista/status/1253713762600837122
O gado não sabe se fica pisando a própria BOSTA ou segue o JUIZ LADRÃO !!!
deve estar perdido, perguntando “oncotô, oncovô” e contra quem bato panela?
O que eu vi foi hilário. Uma parte do gado dizendo que está decepcionado por descobrir que o Bolsonaro é esquerdista. Outra parte dizendo que o Moro é comunista.
jura? nem sei como conseguem tirar carteira de motorista, sem distinguir esquerda e direita rsrs
ha ha ha ha!!
Kkkkkkk
Maníaco do Parque X Champinha
Já vou começar a preparar a pipoca , amendoim torrado e um chá preto com canela.
O pega será um clássico.
Briga de irmão eu já vi muito. Mas, briga de irmãos siames tá virando rotina em Brasília.
Collor caiu denunciado pelo irmão e Bolsonaro, cairá denunciado pelo seu irmão siames?
Brito, vc escreve muito bem. Poderia ter passado sem a “cagada”. E olha que nada tenho de moralista. Abraço
O termo empregado é ,exatamente, o que expressa os todos deste governo. Ideal se ainda fosse colocado em maiúsculo e negrito.
Muitas vezes um termo técnico é incontornável!
A assinatura é a prova evidente de que Bolsonaro não acreditava que Moro saísse atirando contra ele. Não acreditava nem que Moro saísse. Ele deve saber de coisas que empenham o Moro no silêncio. Mas nunca se deve subestimar uma raposa ferida como o Moro. Ele mostrou que joga pesado, e calculou que ainda tem cacife suficiente para sair dessa por cima da carne seca. E é isso mesmo que ele tem em mente: Ajudar a derrubar o chefe e ser o herói dessa derrubada. Resta esperar pela trabucada do Bolso, que não sabe se defender a não ser atacando. Com que força o Bolso vai devolver o golpe? Ora, ele sabe o que Moro fez no verão passado. Essa trabucada de retorno poderá ser fatal também para o Moro.
No dito popular: o marreco peidou nas bolas do bozo
Certos blogs de esquerda, muito “inteligentes”, ficam do lado de Moro contra Bolsonaro. Parece que entraram na campanha Moro 2022. É muita burrice, a hora é de DESTRUIR OS DOIS. O que um disser de ruim do outro tem que ser difundido e não contestado.
Exato. É hora de explorar ao máximo o jogo de acusações mútuas. Jamais defender o marreco. Que ambos caiam atingidos pelos seus próprios projéteis, pra ficar numa linguagem que combina com o atual governo.
EXATAMENTE!!! Moro e suas articulações ao longo dos últimos anos são indefensáveis; bolsonaro – resultado das ações do marreco- não passa de um batedor de carteira que assumiu o controle da nação sem a menor condição de exercer o cargo. Como se não bastasse, a anta ainda veio trazendo três filhos retardados que agem como se o país fosse o playground do “Vivendas da milícia”. Essa raça deve ser varrida da terra.
o roto falando do esfarrapado ou o sujo, do mal lavado. Crimes por crimes, os do Moro foram denunciados, com provas, pelo Intercept e nem por isso alguém se mexeu
Neste momento, 17h40min, o Bozo-miliciano pai encerrou a fala “espontânea” e começou a ler discurso escrito. Todo esse teatro é puro telecatach, bem canastrão, porém bem ensaiado entre as partes. Os generais canalhas, golpistas, vira-latas e entreguistas, estão por trás de tudo isso. Bozo sempre teve e tem apoio do baixo clero das FFAA, das polícias, das milícias e das ORCRIMs paramilitares. A alta oficialidade viu em Bozo o cavalo em que poderiam montar e chegar à presidência da república, por meio de uma eleição farsesca e fraudulenta, controlada pelos generais, já que os técnicos da antiga SEI (Secretaria Especial de Informática), órgão da ditadura militar que se recolheu aos quartéis em 1985, operam e manipulam os sistemas das urnas eletrônicas inauditáveis. Essa cúpula militar tem emparedado os bozo-milicianos, assumindo quase todos os cargos no governo; isso é que deve ser observado. A demissão do torquemada araucariano visa também criar uma falsa imagem de oposição entre ele, João Dória, Wilson Witzel e quejandos, de um lado, e os bozo-milicianos, do outro. Agindo assim, a milicalha golpista, vira-latas e entreguista quer garantir que apenas a direita oligárquica, escravocrata, cleptocrata, vira-latas e entreguista chegue ao 2º tuno da próxima eleição presidencial. Os blogs têm o dever de denunciar essa farsa, essa fraude, essa manipulação, urdida nos porões do GSI, que opera a guerra híbrida de espectro total contra os pobres, contra os trabalhadores brasileiros e contra o desenvolvimento soberano e inclusivo do País.
matou a pau !!
Parabéns !!
Sério que o povo vai se agarrar a uma falsidade ideológica contra uma turma que falsificou uma eleição inteira??? Imaginem os segredos que o inominável possui prontos pra jogar no ventilador…….a começar da fakeada….o marreco já vai tarde, foi só um peão no jogo…..
No mínimo, o Marreco vai lucrar com consultorias de compliance.
Seria excesso de otimismo matarmos dois criminosos numa cajadada só? IMPEACHMENT seguido de prisão e PRISÃO do cúmplice, ora desafeto. Jamais devemos abrir mão dos nossos sonhos por mais impossíveis que eles sejam.
Falta ver com quem estão os militares, né?
Com o contracheque
Desculpe, da assinatura por certificação digital negada pelo marreco só pode ter tres explicações:
a. o marreco mente;
b. o marreco cedeu a propria certificação a outrem, ou seja, delegou a terceiro ato próprio do ministro; é como se antes da certificação o ministro mandasse um assessor assinar por ele no documento; ou
c. a certificação digital no Brasil é vulnerável e TODO o sistema está comprometido, ou seja, vão para o lixo os processos eletrônicos do executivo, do legislativo, as declarações de IR, as empresas certificadoras; tudo para o ralo.
O mulo-sem-cabeça mostrou a extensão de sua fraqueza em seu discurso. Apanhado de desculpas esfarrapadas sobre acusações já requentadas, sem abordar o que realmente importava, a saber, a acusação de fraude documental feita pelo Marreco. Tentou contra-atacar acusando o ex de sugerir troca de “favores” escusa, mas nada trouxe de novo sobre o caráter (ou falta de) do desafeto nem que permita ir além do disse-me-disse oficial, “ele me chamou de feio mas ele é bobo”, etc. Triste país condenado a assistir picuinhas infantis de dois barbados. De toda maneira, um está momentaneamente fora do jogo do poder, mas o que continua não parece mesmo ter condições de sustentar-se nele. Vejamos o que virá da parte dos bovinos que o cercam e aplaudem, se vão querer se comportar como búfalos ou se vão se conformar ao papel de bois rufiões e voltarão ao pasto para continuar ruminando.
ai que eu tô me divertindo, viu ? ..já até separei a pipoca
Pros jovens que não viram, isso lembra um período do GOVERNO COLLOR, onde todo dia tinha uma baixaria, inclusive de pipula de cocaína enfiada no ânus do excrementíssimo presidente, quando adolescente, e confessado por um irmão ..e pros mais velhos, tá servindo como remake, né ?
e sobre a pensão vitalícia do MORO HEIN ??!! ..ahhhh essas letras, essas leis…
O Código Penal, em seu artigo 317, define o crime de corrupção passiva como o de “solicitar ou receber, para si ou para outros, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”
Caramba o juiz ladrão confessou o crime em pronunciamento a nação…. bora ajuizar uma ação judicial conta ele!!!!!
Esse é o governo de militares entreguistas apoiado pelo general Villas Boas e seus parceiros entreguistas.
Imaginem se a censura estivesse ativa…
É tudo uma jogadinha de dois bandidos entreguistas. Se realmente o Bozo partir pra briga o marreco morre afogado, só trazer o Tacla Duran pra contar umas historinhas do verão passado.
Alzheimer coletivo, agora desapareceram como por um passe de mágica aqueles que votaram e comemoraram a vitória do, como é mesmo o nome, esqueci…, ahhhh isso Bolsonaro, quase ia esquecendo!
Como dizia faz quase um século um atento “visitante”:
“Os costumes daquele longínquo país são assim interessantes e dignos de acurado estudo. Eles têm uma curiosa mistura de ingenuidade infantil e idiotice senil. Certas vezes, como que merecem invectivas de profeta judaico; mas quase sempre, o riso bonachão de Rabelais. O que ficou dito sobre as suas duas nobrezas, penso eu, justifica esse juízo. E para elas é bom não esquecer que devemos julgá-las como aconselha Anatole France; com ironia e piedade” .
Amanhã o Marreco já pega um acento na globonews!
Não vai dar tempo prá Globosta, Witzel já ofereceu uma “boquinha” no Rio.
Em Osasco havia uma casa (não sei se ainda existe) de danças, baladas, que tinha o sugestivo nome de “Briga de Corvo”. Alusivo aos desentendimentos entre os frequentadores que eram em sua maioria, negros. De vez em quando alguém saía deitado do local. Nada que espantasse a freguesia. Não sei porquê, o embate entre os dois vagabundos federais me lembra o “Briga de Corvo”. Deve ser porque gostaria de vê-los naquele lugar de onde os canalhas saiam na horizontal.
Bolsonaro em sua fala mostrou que só tem uma tábua de salvação, e ela está gasta de tanto uso: A célebre facada, ou fakeada. No perigo, voltou para a facada como quem volta para a proteção do útero.
Sobre o indecoroso – e criminoso – pedido de pensão vitalícia para a ‘conja’:
O Código Penal, em seu artigo 317, define o crime de corrupção passiva como o de “solicitar ou receber, para si ou para outros, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”
Esquerda caviar brasileira, não engrosse o coro do impeachment contra o bozovírus!
Impeachment significará a volta triunfal do *psicopata fascigolpista *SUJO ‘mor(T)o’!
Içado de volta agora pelas espadas verde-oliva do Mourão cara de Pimpão, “o bozovírus que sabe usar os talheres”!
Sim, “a esquerda que a direitona adora”!
*também conhecido pela famigerada e nefasta alcunha morovírus!
Me perdoem mais uma vez as longas citações mas acho que de novo o momento exige essas reflexões da sempre profunda filosofa alemã do século passado:
Nada caracteriza melhor os movimentos totalitários em geral e em particular o tipo de fama que desfrutam os seus líderes do que a surpreendente rapidez com que são esquecido e a surpreendente facilidade com que podem ser substituídos. (…)
Essa impermanência sem dúvida tem algo a ver com a conhecida volubilidade das massas e da fama que as tem por base; mas seria talvez mais correto atribuí-la à essência dos movimentos totalitários, que só podem permanecer no poder enquanto estiverem em movimento e transmitirem movimento a tudo o que os rodeia. Assim, em um certo sentido, essa mesma impermanência é um testemunho mais bem lisonjeiro para os líderes mortos, pois significa que conseguiram contaminar os seus súditos com aquele vírus especificamente totalitário, se existe algo semelhante a uma personalidade ou mentalidade totalitária esta extraordinária adaptabilidade e esta falta de continuidade são sem dúvida suas características relevante. Por essa razão pode ser incorreto supor que a inconstância e o esquecimento das massas signifique que estejam curadas da ilusão totalitária, vez por outra identificada com o culto a[o líder totalitário]: a verdade pode ser exatamente o oposto.
Seria um erro ainda mais grave esquecer, em face desta impermanência, que os regimes totalitários, enquanto no poder, e os líderes totalitários, um vez vivos, sempre “comandam e se afirmam com o apoio das massas”. A ascensão ao poder do [líder totalitário] muitas vezes ocorre de forma legal e dentro do sistema majoritário, e [ele] não poderia ter mantido a liderança [sobre um] populações enormes, sobrevivido a tantas crises internas e externas, e enfrentado tantos perigos e lutas partidárias implacáveis, se não tivesse contado com a confiança das massas. [Nada disso teria sido possível] se essas massas não tivessem apoiado o [líder totalitário]. A crença generalizada de que [o líder totalitário] era simplesmente um agente [do capital ou da burguesia] e a de que (…) só venceu a luta sucessória (…) graças a uma conspiração sinistra são lendas que podem ser refutadas por muitos fatos e, acima de tudo, pela indiscutível popularidade d[esses] líderes. Nem se pode atribuir essa popularidade à vitória de uma propaganda dominante e mentirosa sobre a ignorância e a estupidez, pois a propaganda dos movimentos totalitários, que precede a instauração dos regimes totalitários e os acompanha, é invariavelmente tão franca quanto mentirosa, e os futuros dirigentes totalitários iniciam geralmente suas carreiras vangloriando-se de seus delitos passados e planejando crimes futuros. Os [movimentos e as ideologias totalitárias] “estavam convencidos de que o mal, em nosso tempo, tem uma atração mórbida”; (…) e diziam não reconhecer os padrões morais comuns, e esta afirmação, (…), tornou-se um dos pilares da propaganda (…); e a experiência demonstrou que o valor propagandístico do mal e o desprezo geral pelos padrões morais é, independente do interesse pessoal, o fator psicológico mais poderoso na política.
A atração que o mal e o crime exercem sobre a mentalidade da ralé e do populacho não é novidade. (…) o que é desconcertante no sucesso do totalitarismo é mais bem o verdadeiro altruísmo de seus seguidores. (…) Seria ingênuo pensar que essa obstinada convicção, que sobrevive a todas as experiências reais e anula todo interesse pessoal, seja mera expressão de idealismo ardente. O idealismo, tolo ou heroico, nasce da decisão e da convicção individuais, mas forja-se na experiência. O fanatismo dos movimentos totalitários, ao contrário das demais formas de idealismo, desaparece no momento em que o movimento deixa em apuros os seus seguidores fanáticos, matando neles qualquer resto de convicção que possa ter sobrevivido ao colapso do próprio movimento.(9) Mas, dentro da estrutura organizacional do movimento, enquanto ele permanece inteiro, os membros fanatizados são inatingíveis pela experiência e pelo argumento; a identificação com o movimento e o conformismo total parecem ter destruído a própria capacidade de sentir, mesmo que seja algo tão extremo como a tortura ou o medo da morte.
Os movimentos totalitários objetivam e conseguem organizar as massas — e não as classes. Todos os grupos políticos dependem da força numérica, mas não na escala dos movimentos totalitários, que dependem da força bruta. (…)
Os movimentos totalitários são possíveis onde quer que existam massas que por um motivo ou outro, desenvolveram certo gosto pela organização política. As massas não se unem pela consciência de um interesse comum e falta-lhes aquela específica articulação de classes que se expressa em objetivos determinados, limitados e atingíveis. O termo massa só se aplica quando lidamos com pessoas que, simplesmente devido ao seu número, ou à sua indiferença, ou a uma mistura de ambos, não se podem integrar numa organização baseada no interesse comum, seja partido político, organização profissional ou sindicato de trabalhadores. Potencialmente, as massas existem em qualquer país e constituem a maioria das pessoas neutras e politicamente indiferentes, que nunca se filiam a um partido e raramente exercem o poder de voto.
Em sua ascensão,(…), recrutaram os seus membros dentre essa massa de pessoas aparentemente indiferentes, que todos os outros partidos haviam abandonado por lhes parecerem demasiado apáticas ou estúpidas para lhes merecerem a atenção. A maioria dos seus membros, portanto, consistia em elementos que nunca antes haviam participado da política. Isto permitiu a introdução de métodos inteiramente novos de propaganda política e a indiferença aos argumentos da oposição: os movimentos, até então colocados fora do sistema de partidos e rejeitados por ele, puderam moldar um grupo que nunca havia sido atingido por nenhum dos partidos tradicionais. Assim, sem necessidade e capacidade de refutar argumentos contrários, preferiram métodos que levavam à morte em vez da persuasão, que traziam terror em lugar de convicção. As discórdias ideológicas com outros partidos ser-lhes-iam desvantajosas se eles competissem sinceramente com esses partidos; não o eram, porém, porquanto lidavam com pessoas que tinham motivos para hostilizar igualmente a todos os partidos.
O sucesso dos movimentos totalitários entre as massas significou o fim de duas ilusões dos países democráticos em geral e, em particular, dos Estados-nações (…) e do seu sistema partidário. A primeira foi a ilusão de que o povo, em sua maioria, participava ativamente do governo e todo indivíduo simpatizava com um partido ou outro. Esses movimentos, pelo contrário, demonstraram que as massas politicamente neutras e indiferentes podiam facilmente constituir a maioria num país de governo democrático e que, portanto, uma democracia podia funcionar de acordo com normas que, na verdade, eram aceitas apenas por uma minoria. A segunda ilusão democrática destruída pelos movimentos totalitários foi a de que essas massas politicamente indiferentes não importavam que eram realmente neutras e que nada mais constituíam senão um silencioso pano de fundo para a vida política da nação. Agora, os movimentos totalitários demonstravam que o governo democrático repousava na silenciosa tolerância e aprovação dos setores indiferentes e desarticulados do povo, tanto quanto nas instituições e organizações articuladas e visíveis do país. Assim, quando os movimentos totalitários invadiram o Parlamento com o seu desprezo pelo governo parlamentar, pareceram simplesmente contraditórios, mas, na verdade, conseguiram convencer o povo em geral de que as maiorias parlamentares eram espúrias e não correspondiam necessariamente à realidade do país, solapando com isto a dignidade e a confiança dos governos na soberania da maioria. Tem sido freqüentemente apontado que os movimentos totalitários usam e abusam das liberdades democráticas com o objetivo de suprimi-las. Não porque os seus líderes sejam diabolicamente espertos ou as massas sejam infantilmente ignorantes. As liberdades democráticas podem basear-se na igualdade de todos os cidadãos perante a lei; mas só adquirem significado e funcionam organicamente quando os cidadãos pertencem a agremiações ou são representados por elas, ou formam uma hierarquia social e política. O colapso do sistema de classes como estratificação social e política dos Estados-nações favoreceu a ascensão [de regimes totalitários].
A sociedade competitiva de consumo criada pela burguesia gerou apatia, e até mesmo hostilidade, em relação à vida pública, não apenas entre as camadas sociais exploradas e excluídas da participação ativa no governo do país, mas acima de tudo entre a sua própria classe. O longo período de falsa modéstia, em que a burguesia se contentou em ser a classe social dominante sem aspirar ao domínio político, relegado à aristocracia, foi seguido pela era imperialista, durante a qual a burguesia tornou-se cada vez mais hostil às instituições nacionais existentes e passou a exigir o poder político e a organizar-se para exercê-lo. Tanto a antiga apatia como a nova exigência de direção monopolística e ditatorial resultavam de uma filosofia para a qual o sucesso ou o fracasso do indivíduo em acirrada competição era o supremo objetivo, de tal modo que o exercício dos deveres e responsabilidades do cidadão era tido como perda desnecessária do seu tempo e energia. Essas atitudes burguesas são muito úteis àquelas formas da ditadura nas quais um “homem forte” assume a incômoda responsabilidade de conduzir os negócios públicos; mas constituem um obstáculo para os movimentos totalitários, que não podem tolerar o individualismo burguês ou qualquer outro tipo de individualismo. Os elementos apáticos da sociedade burguesa, por mais que relutem em assumir as responsabilidades de cidadão, mantêm intactas a sua personalidade, pelo menos porque ela lhes permite sobreviver na luta competitiva pela vida.
É difícil perceber onde as organizações da ralé do século XIX diferem dos movimentos de massa do século XX, porque os modernos líderes totalitários não diferem muito em psicologia e mentalidade dos antigos líderes da escória, cujos padrões morais e esquemas políticos, aliás, tanto se assemelhavam aos da burguesia. Embora o individualismo caracterizasse tanto a atitude da burguesia como a da ralé em relação à vida, os movimentos totalitários podem, com justiça, afirmar terem sido os primeiros partidos realmente antiburgueses, o que A relação entre a sociedade de classes dominada pela burguesia e as massas que emergiram do seu colapso não é a mesma entre a burguesia e a ralé, que era um subproduto da produção capitalista. As massas têm em comum com a ralé apenas uma característica, ou seja, ambas estão fora de qualquer ramificação social e representação política normal. As massas não herdam, como o faz a ralé, os padrões e atitudes da classe dominante, mas refletem, e de certo modo pervertem, os padrões e atitudes de todas as classes em relação aos negócios públicos. Os padrões do homem da massa são determinados não apenas pela classe específica à qual antes pertenceu, mas acima de tudo por influências e convicções gerais que são tácita e silenciosamente compartilhadas por todas as classes da sociedade.
Fazer parte de uma classe, embora mais vaga e nunca tão inevitavelmente determinada pela origem social como nas ordens e Estados da sociedade feudal, era geralmente uma questão de nascimento, e somente a sorte ou dons extraordinários poderiam mudá-la. O status social era decisivo para que um indivíduo participasse da política e, exceto em casos de emergência, quando se esperava que ele agisse apenas como um nacional, independentemente de classe ou partido, ele nunca se defrontava diretamente com as coisas públicas ou se sentia diretamente responsável por conduzi-las. À ascensão de uma classe correspondia à intensificação da instrução e treinamento de certo número de seus membros para a política como carreira e para o serviço do governo, pago ou gratuito, se a isso podiam permitir-se, e para a representação da classe no Parlamento. A ninguém importava que a maioria dos membros de cada classe permanecesse fora de qualquer partido ou organização política. Em outras palavras, o fato de um indivíduo pertencer a uma classe, que tinha obrigações grupais limitadas e certas atitudes tradicionais em relação ao governo, impediu o crescimento de um corpo de cidadãos que se sentissem, individual e pessoalmente, responsáveis pelo governo do país. Esse caráter apolítico das populações dos Estados-nações veio à tona somente quando o sistema de classes entrou em colapso e destruiu toda a urdidura de fios visíveis e invisíveis que ligavam o povo à estrutura política.
O colapso do sistema de classes significou automaticamente o colapso do sistema partidário, porque os partidos, cuja função era representar interesses, não mais podiam representá-los, uma vez que a sua fonte e origem eram as classes e sua continuidade tinha ainda certa importância para os membros das antigas classes que esperavam inutilmente recuperar o status social, e mantinham-se coesos não porque ainda tivessem interesses comuns, mas porque esperavam restaurá-los. Conseqüentemente, os partidos tornaram-se mais e mais psicológicos e ideológicos em sua propaganda, e mais apologéticos e nostálgicos em sua orientação política. Além disso, haviam perdido, sem que o percebessem, aqueles simpatizantes neutros que nunca se haviam interessado por política por acharem que os partidos existiam para cuidar dos seus interesses. Assim, o primeiro sintoma do colapso do sistema partidário continental não foi a deserção dos antigos membros do partido, mas o insucesso em recrutar membros dentre a geração mais jovem e a perda do consentimento e apoio silencioso das massas desorganizadas, que subitamente deixavam de lado a apatia e marchavam para onde vissem oportunidade de expressar a sua violenta oposição.
A queda das paredes protetoras das classes transformou as maiorias adormecidas, que existiam por trás de todos os partidos, numa grande massa desorganizada e desestruturada de indivíduos furiosos que nada tinham em comum exceto a vaga noção de que as esperanças partidárias eram vãs; que, conseqüentemente, os mais respeitados, eloquentes e representativos membros da comunidade eram uns néscios e que as autoridades constituídas eram não apenas perniciosas mas também obtusas e desonestas.
Foi nessa atmosfera de colapso da sociedade de classes que se desenvolveu a psicologia do homem-de-massa da Europa. O fato de que o mesmo destino, com monótona mas abstrata uniformidade, tocava a grande número de indivíduos não evitou que cada qual se julgasse, a si próprio, em termos de fracasso individual e criticasse o mundo em termos de injustiça específica. Contudo, essa amargura egocêntrica, embora constantemente repetida no isolamento individual e a despeito da sua tendência niveladora, não chegaria a constituir laço comum, porque não se baseava em qualquer interesse comum, fosse econômico, social ou político. Esse egocentrismo, portanto, trazia consigo um claro enfraquecimento do instinto de autoconservação. A consciência da desimportância e da dispensabilidade deixava de ser a expressão da frustração individual e tornava-se um fenômeno de massa. O velho provérbio de que o pobre e o oprimido nada têm a perder exceto o sofrimento nem sequer se aplicava aos homens da massa porque, ao perderem o interesse no próprio bem-estar, eles perdiam muito mais do que o sofrimento da miséria; perdiam a fonte das preocupações e cuidados que inquietam e moldam a vida humana.
Eminentes homens de letras e estadistas europeus predisseram, a partir do começo do século XIX, o surgimento do homem da massa e o advento de uma era da massa. Toda uma literatura sobre a conduta da massa e a psicologia da massa demonstrou e popularizou o conhecimento, tão comum entre os antigos, da afinidade entre a democracia e a ditadura, entre o governo da ralé e a tirania. Mas, embora as previsões quanto ao surgimento de demagogia, credulidades, superstições e brutalidade tenham se realizado até certo ponto, grande parte do seu significado se diluiu em vista de fenômenos inesperados e imprevistos, como a perda radical do interesse do indivíduo em si mesmo, a indiferença cínica ou enfastiada diante da morte, a inclinação apaixonada por noções abstratas guindadas ao nível de normas de vida, e o desprezo geral pelas óbvias regras do bom senso.
As massas, contrariamente ao que foi previsto, não resultaram da crescente igualdade de condição e da expansão educacional, com a sua conseqüente perda de qualidade e popularização de conteúdo, pois até os indivíduos altamente cultos se sentiam particularmente atraídos pelos movimentos de massa. Nem o mais sofisticado individualismo evitava aquele auto-abandono em direção à massa que os movimentos de massa propiciavam. O fato de a individualização e a cultura não evitarem a formação de atitudes de massa era tão inesperado que foi atribuído à morbidez e ao niilismo da moderna intelligentsia, ao ódio de si próprios que supostamente caracteriza os intelectuais. Não obstante, os caluniados intelectuais constituíam apenas o exemplo mais ilustrativo e eram os porta-vozes mais eloquentes de um fenômeno geral. A atomização social e a individualização extrema precederam os movimentos de massa, que, muito antes de atraírem, com muito mais facilidade, os membros sociáveis e não-individualistas dos partidos tradicionais, acolheram os completamente desorganizados, os típicos “não alinhados” que, por motivos individualistas, sempre se haviam recusado a reconhecer laços ou obrigações sociais.
A verdade é que as massas surgiram dos fragmentos da sociedade atomizada, cuja estrutura competitiva e concomitante a solidão do indivíduo eram controladas apenas quando se pertencia a uma classe. A principal característica do homem das massa não é a brutalidade nem a malvadez, mas o seu isolamento e a sua falta de relações sociais normais.
Parabéns mil vezes pela excelente citação da gigante Hannah Arendt e seu As Origens do Totalitarismo. Ela cantou as pedras há tanto tempo e acertou sempre em cheio. Pena que mais e mais gente leia cada vez menos, seja para saber, seja para evitar a recorrência de erros já vividos, descritos e explicados. Resta o consolo duvidoso de poder olhar e dizer “vocês não souberam, e se sabiam não lembraram, agora já não adianta saber ou lembrar”. Felicitações!
E olha que também sou destes que acham que o perturbador fenômeno que estamos assistindo seja especificamente brasileiro, local e que devemos aplicar com muito cuidado todos estes “ismos” que são bastante situados histórica e geograficamente, no entanto me parece que a análise da filósofa alemã tem uma profundidade maior do que outras análises sobre esse “fenômeno” ou para outros de mesma natureza, em que pese as enormes diferenças de contexto. Abraços.
——–Liderar um país como o Brasil no enfrentamento da pandemia e na busca dos caminhos para reconstruir e reformar a economia, as políticas públicas e os modos de convivência social, é uma tarefa completamente acima da capacidade de Bolsonaro. A vida não o preparou para isso e ele faz questão de ostentar a ignorância como virtude. —
(DEFINIÇÃO PERFEITA DA ABERRAÇÃO CHAMADA BOLSONARO)
https://www.brasil247.com/blog/ele-nao-tem-apoio-e-e-incapaz-o-que-o-exercito-quer-com-ele
essa foi ótima: deve estar perdido, perguntando “oncotô, oncovô” e contra quem bato panela? kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Vocês já devem ter ouvido a expressão “a verdade nua”. Sabem de onde vem?
A pintura “A Verdade saindo do poço”, de 1896, de Jean-Léon Gérôme, está ligada a uma assustadora parábola do século XIX.
Segundo a parábola, a Verdade e a Mentira se encontram um dia.
A Mentira diz à Verdade: “Hoje é um dia maravilhoso!” A Verdade desconfia e olha para os céus, e suspira, pois o dia estava realmente lindo.
Elas passaram muito tempo juntas, chegando finalmente num poço. A Mentira diz: “A água esta muito boa, vamos tomar um banho juntas!”
A Verdade, mais uma vez desconfiada, testa a água e descobre que está realmente muito gostosa. Elas se despiram e começaram a tomar banho.
De repente, a Mentira sai da água, veste as roupas da Verdade e foge. A Verdade, furiosa, sai do poço e corre para encontrar a Mentira e pegar suas roupas de volta.
E o mundo, vendo a Verdade nua, desvia o olhar, com desprezo e raiva. Assim, a Verdade volta ao poço e desaparece para sempre, escondendo nele sua vergonha.
Desde então, a Mentira viaja ao redor do mundo, vestida como a Verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, porque, em todo caso, o Mundo não nutre nenhum desejo de encontrar a Verdade nua.
Nesse momento bolsonaro só tem os evangélicos, que da mais voto que todo o centro-direita junto. Vai ser complicado para os pastores chegar e falar pros fiéis que estão decepcionados com o bozó. Se o PT tivesse um pouquinho de inteligencia estaria batalhando esse pessoal aí, que em boa parte não vai migrar para direita por simples ódio da globo. È hora de se aproximar e tentar compartilhar os mesmos ressentimentos. Principalmente dos mais pobres.