O Brasil começa a parar, e não adianta Bolsonaro espernear

Caiu no ridículo, como era previsível, a ordem de Jair Bolsonaro para que salões de cabeleireiros e academias de ginástica passassem a ser consideradas atividades essenciais. Além do ridículo, cairá na Justiça, também, se alguém resolver contestá-las em lugar de, simplesmente, ignorá-las.

As medidas restritivas, querendo ou não, vão se espalhar e intensificar, porque a realidade não deixa outra alternativa.

O que compete ao Governo Federal, sendo o único a poder “criar” dinheiro com emissões, é prover as pessoas de meios de sobrevivência, não mandalas cortar cabelos, pintar unhas e fazer esteira.

Esteira e besteira, porque os dados estão comprovando que metade das mortes está sendo de gente jovem, não dos “velhinhos” que, segundo Bolsonaro, “já iam morrer mesmo”.

Só que a atitude de Bolsonaro produz um resultado danoso que não pode ser evitado enquanto ele estiver fazendo seu esptáculo mórbido.

Ele inculca a irresponsabilidade social que torna as medidas restritivas menos eficazes, porque induz um contingente imenso a desrespeitá-las ou a tentar burlá-las.

Hoje e amanhã, quando a macabra contabilidade de mortes voltar a dar um salto – depois da subnotificação já crônica dos finais de semana – e o número de mortes diárias aproximar-se de mil haverá um novo impulso nas tardias medidas de contenção da circulação de pessoas.

Infelizmente, não o suficiente para que, em duas semanas, possa-se ver o declínio da transmissão e das fatalidades.

As mortes – só elas – empurrarão nossos governantes para isso, nesta triste hora em que somos governados por covas e caixões.

 

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