O anúncio, hoje, de que o MDB e o DEM deixam de integrar o “blocão” – nome parlamentar do “Centrão” – é um duro golpe na ilusão de Jair Bolsonaro de que teria, senão o controle, ao menos grande influência sobre o comando da Câmara dos Deputados, fazendo de Arthur Lira, do PP, presidente da Casa.
Mal e porcamente, teria agora apenas – e na conta do chá – os 172 “não-votos” para barrar um impeachment, se este fosse colocado em votação, aos que se lembram que para evitar o impedimento é dever obter os 342 votos – 2/3 da Câmara – favoráveis a ele.
E o Centrão cooptado pelo governo passou a ter agora 158 votos e todos estes agora subiram de preço.
O grupo de Maia, somando MDB, DEM e PSDB chega perto de 100 deputados. Com os de outros partidos, talvez 120. Os partidos de oposição de esquerda e centro esquerda, uma centena ou pouco mais.
E há um “varejo” de meia centena de deputados que oscila entre o governismo e a autonomia para negociar o que lhe for mais conveniente.
A política, sem mobilização popular, ficará por algum tempo neste impasse: ninguém tem força para afirmar suas posições.
O maior partido político, neste momento, é o ‘PSTF”, com seus 11 integrantes, uma distorção que não sabemos quanto tempo irá durar e até onde pode ir.