Malu Gaspar, em O Globo, dá a notícia que todos já imaginavam: Bolsonaro falhou em sua tentativa de promover uma “tanqueata” pseudopatriótica em Copacabana, como havia anunciado no dia da convenção que homologou sua candidatura.
“Depois de anunciar que realizaria uma parada militar na praia de Copacabana no 7 de Setembro, com “muita gente”, tropas das Forças Armadas e agentes da Polícia Militar, Jair Bolsonaro recuou da ideia e aceitou que o tradicional desfile do feriado da Independência seja feito no local de sempre: a Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio.”
É óbvio que, a ser confirmada, a “desistência” foi, na verdade, uma recusa de comandantes do Exército – e não necessariamente do Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, abduzido pelo bolsonarismo – a prestarem-se ao papel ridículo e perigoso, de levarem suas tropas e blindados para uma confraternização espúria, com a falanges presidenciais.
Diz a nota no jornal que Bolsonaro já nem aposta num sucesso estrondoso da manifestação em Copacabana: “aos auxiliares Bolsonaro só diz que o 7 de setembro será grande em Brasília e em São Paulo, e nem sequer menciona mais o Rio de Janeiro.”
Foi um formidável “contra-vapor” nas manifestações golpistas, embora ainda sejam imprevisíveis os acontecimentos em Brasília, onde a proximidade entre militares e manifestantes segue sendo um problema, embora muito menor que Copacabana.
Mas é um sinal positivo: se os militares não querem ser levados para a praia bolsonarista, diria o bom senso que também não querem ser levados ao abismo do golpe.
O que deve ter deixado Bolsonaro a soltar mais fumaça que aqueles tanques da Marinha que viraram memes.