Há um limite para a estupidez, a partir do qual só se pode crer que é o desejo de ser mau que leva um homem a ter prazer em debochar do sofrimento de outros.
Jair Bolsonaro, poucas horas depois, num podcasts de “malhadões”, onde foi comemorar a isenção de impostos para a tal “bomba” protéica com que tanto se exibiu nas redes, repetiu, com todas a letras, a história de que não ninguém, no país pede, implora e suplica para que alguém lhe dê comida.
“Isso não existe”, diz ele, não importa que você veja isso todos os dias ou pelas calçadas, nas madrugadas frias. É tolice sua que seu coração se aperte cada vez que isso acontece, que você se sinta impotente para desfazer ou mesmo mitigar tanto sofrimento.
Será possível a palavra Deus na boca de quem diz isso? Dá para falar em Pátria com quem despreza assim seus irmãos que vivem nas ruas. Há família para quem não tem sequer a capacidade de ver as crianças que rodam em torno de pai e mãe que vivem nas calçadas?
Veja, assista com seus próprios olhos e ouvidos e veja se é possível permitir que um negacionismo que chega ao ponto de nem enxergar milhares, milhões de seres humanos em sofrimento, pode ser deixado a mandar este país.