A inflação rosna

O IPCA-15, divulgado hoje pelo IBGE, voltou a registrar que não há, por enquanto, alívio na inflação, ao marcar a taxa mais alta para um mês de julho desde 2004, com 0,72%.

Puxado, é claro, pelos aumentos da tarifa de eletricidade, como era esperado que ocorresse.

Mas tudo é pior, porque a tendência de alta persiste: pois também hoje a Fundação Getúlio Vargas acusou, no seu índice de preços, uma variação mais significativa, de 0,90%.

É que o IPCA-15 teve preços coletados entre 15/6 e 13/7, comparados aos preços do período equivalente anterior. E a FGV apura preços recolhidos até 22 de julho, depois, portanto.

Como a base é muito similar, é possível dizer que a diferença é resultado da aceleração das altas.

Tanto é que o IPCA-15 acumula, em 12 meses, 8,13% e o IPC da Getúlio Vargas marca 8,73%.

Assim, um índice igual ou maior a 0,85% no IPCA – marcador oficial da inflação – levará o acumulado em 12 meses para 9% , com a tendência da beirar os 10% quando se medir a inflação de agosto, que tem base baixa de comparação em 2020 e que sofrerá outro empuxo considerável do novo aumento de tarifas elétricas que será anunciado no final do mês, para compensar o custo das termelétricas que estão funcionando em regime máximo e, óbvio, custam mais caro que as secas hidrelétricas.

Se o frio exagerado do inverno acabar causando aumento no preço por perdas nas lavouras, o cenário pode ficar pior.

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