Com perto de 84% das urnas totalizadas provisoriamente (no sistema de contagem rápida, provisório), Evo Morales aparece como vencedor das eleições presidenciais de hoje, com 45,71% dos votos, contra 37,84% do principal adversário, Carlos Mesa, com 83,9% das urnas contabilizadas
Pelo sistema eleitoral boliviano (semelhante ao argentino) além dos 50% dos votos, o candidato será eleito em primeiro turno se obtiver mais de 40% e uma vantagem de 10% sobre o segundo colocado.
Isso deixa o país em suspenso, porque o que falta apurar tanto pode levar Morales aos 50% ou, mais facilmente, a ampliar para 10% a vantagem sobre mesa, que está em cerca de 7,9%, até porque a maioria dos votos a serem computados é de origem rural, onde é forte a liderança de Morales.
O que parece, numa análise superficial, é que ocorreu uma “antecipação de segundo turno” , com resultados muito superiores tanto para Evo Morales quanto para Carlos Mesa do que indicavam as pesquisas.
O gráfico aí de cima, com um resultado com um número de urnas totalizadas 1% abaixo do que suei mostra o quadro eleitoral e, também, como uma pequena porcentagem de urnas a mais ampliou a vantagem de Morales.
O resultado está em aberto para haver ou não um segundo turno.
A maioria dos prognósticos é de que haveria, mas mesmo opositores estão apreensivos com o que pode vir das urnas ainda a apurar.
PS. Como registro: Vila Tunari, em Cochabamba, o município mais pobre da Bolívia, Morales vence, na contagem provisória, com 92,5% dos votos, contra 3,38% de Mesa, o segundo colocado. Diz algo a você?
PS2. Entre os migrantes bolivianos no Brasil, Morales tem 70,7% dos votos, contra 17% de Chi Hyun Chung, o bolsonarista boliviano.
12 respostas
Morales merece um susto por conta da crocodilagem na extradiçao do Battisti.
Mas se fosse ele ia saber na China se o Chiri Chichi Xung fugiu do fuzilamento da China
Que loucura…..eu vi ali um chinês democrata cristão no terceiro lugar? E nenhum negro…..
Ao que parece, na Bolívia não há o modelo Steve Banon de recorrer ao maciço uso de robôs em mídias sociais. Talvez a Bolívia esteja sendo deixada pelo neoliberalismo para um segundo momento, no ataque aos países do continente.
Não é bem verdade. O ataque das fake news nos últimos dias está parecido com o que ocorreu no Brasil
Yep. A extrema direita tem se articulado globalmente nessa tática.
Em Santa Cruz, dos ricos, parece que Mesa teve mais votos. Está apertado, mas ainda falta a apuração da área rural (as urnas demoram mais para chegar), onde Evo vai muito bem. Veja, Folha-Uol, Valor-Globo há mais de hora já deram como resultado 2o turno. Veja botou manchete de 2o turno às 21:59h
Santa Cruz é a São Paulo boliviana…..fogo nesses canalhas.
Evo de novo…Viva a Pátria Latina !!!
Interessante ler o post publicado no blog Brasil de Fato com o título: “Por que a Bolívia não para de crescer enquanto vizinhos enfrentam recessão?” https://www.brasildefato.com.br/2019/10/18/por-que-a-bolivia-nao-para-de-crescer-enquanto-vizinhos-enfrentam-recessao/
O Brasil de Fato é sem dúvidas um dos melhores blogs no momento. Todos deveriam dar uma passada por lá todo dia. No caso da cobertura da eleição na Bolívia está supimpa, ao contrário da maioria dos blogs progressistas, que mal tocaram no assunto, preferindo falar do Waldir. cúmplices e suas imbecilidades
Esperem mais uma campanha de Guerra Híbrida/Revolução Colorida na Bolívia. A direita latino-americana, herdeira dos Senhores coloniais, e o Departamento de Estado dos EUA, de porrete na mão, são previsíveis. O Carlos Mesa já antecipou que não vai aceitar a derrota e vai berrar “fraude” no final, sobretudo se Evo ganhar no primeiro turno com os votos das regiões que faltam, mesmo com a presença de mais de 200 observadores internacionais – esse “pequeno detalhe” a grande mídia oculta e distorce, como é e praxe. Dêem uma olhada na última “análise” desse pleito vomitada no Miami Herald: o “Evo déspota democrata” será a tônica da narrativa limpinha e cheirosa. Tal qual Aécio Neves e Henrique Capriles, vão apelar pro golpismo e agir como aquele menino mimado dono da bola que, ao perder a pelada, corre com a pelota debaixo do braço pra chorar nas saias da mãe, no caso, nas calças do Tio Sam.