Jair Bolsonaro, do alto de sua sabedoria, proclamou hoje que “perpetuar alguns benefícios (…) é o caminho certo para o insucesso”.
É o claro recado de que não haverá nenhum tipo de prorrogação dos auxílios emergenciais para fazer frente à retração da economia que a Covid -19 provoca.
A despesa do Tesouro com o benefício – isto é, a injeção direta de recursos na economia – caiu de R$ 45 bilhões mensais para R$ 24 bilhões e, em mais 30 dias, zerarão.
Ao todo, estes aportes que se fizeram ao longo do ano representaram um valor equivalente a 4% do PIB, o que nos levará a uma retração de “apenas” 5% do volume da atividade econômica, em lugar dos 10% que eram previstos no início da pandemia.
Agora, porém, o fim do auxílio e a volta de um quadro mais severo da doença que, mesmo sem lockdown, levarão a um inevitável encolhimento das atividades durante o verão e a um quadro de empobrecimento mais agudo e generalizado da população, em especial à metade dela que vive da ocupação informal.
O que ainda nos está segurando é a tendência de gastar que está sendo estimulada pela perda de rentabilidade das aplicações financeiras que, antes, atraíam recursos da classe média. Ninguém que por dinheiro em poupança a 0,12% ao mês com uma inflação mensal que ronda o 1%.
Mas isso está acabando e o panorama do Natal é sombrio. O “tranco econômico virá e, se não sabemos se a segunda onda da pandemia, em matéria de casos e óbitos será pior que a primeira, na economia, pode crer que será.