Bolsonaro já tem chefe na PF: o ministro da Justiça

Ficou uma impressão de que Sérgio Moro tem um problema.

O novo ministro da Justiça, André Mendonça, a julgar por seu discurso de posse, tem a vocação de showman que faltava ao ex-ministro.

Mostrou que vai assumir pessoalmente a questão da segurança pública, avocando a si o papel de chefe de Polícia, mais que o do juiz punitivista que seu antecessor encarnava.

Prometeu mais operações da Polícia Federal, prometeu melhorias para os policiais, prometeu segurança para “uma geração que não sabe o que é viver com segurança”.

Falou em “atuação em rede”, outro problema de Moro, que não se aproximava dos governos estaduais e, em consequência, com polícias estaduais.

Não creio que vá ter dificuldades em assumir, de fato, o comando da Polícia Federal, inclusive se servindo do fato de que vai quebrar a “dinastia paranaense” que se implantou com Moro.

Sem o delegado Alexandre Ramagem, paradoxalmente, terá mais facilidade nisso, pois não terá um diretor previamente estigmatizado como “bolsonarista”.

Talvez a manifestação do presidente de que ainda esperava nomear Ramagem para a direção da PF tenha sido um sinal de que não abre mão do comando da polícia, mas concorda com uma solução temporária. E o temporário, na PF ou em qualquer outra instituição, não quer desagradar para poder se tornar permanente.

Para alguém que teria sido escolhido como “quadro técnico”, Mendonça nadou de braçada na política.

Afirmou-se servo de Bolsonaro, um “profeta” e servo de Deus, mas conseguiu fazer isso de maneira relativamente discreta, bem distante do “terrivelmente evangélico” como era anunciado.

Moro que se cuide. Mendonça será um ministro com mais brilho do que ele foi, vivendo apenas da luz mortiça que lhe vinha da Lava Jato.

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email