Mas uma pesquisa, a do PoderData, publicada pelo site do jornalista Fernando Rodrigues, repete o que se insiste em dizer aqui, faz tempo: Bolsonaro segue caindo, mas não desaba, sustentado por um ‘núcleo duro’ de extrema direita que lhe assegura, como tem feito, que nenhuma outra força conservadora possa ameaçar seu domínio no campo conservador.
A reprovação a seu governo variou dentro da margem de erro, de 61 para 62% e a aprovação foi de 33 para 32%.
Este é, historicamente, o peso eleitoral da direita e é improvável que decaia muito mais, ainda que tenda, ainda, a perder alguns pontos.
Mas longe de desmanchar-se em uma completa inviabilidade eleitoral, que permita às elites recomporem sua representação política, depois de terem criado um monstro.
Má notícia para quem acha que Jair Bolsonaro poderia dissolver-se e deixar espaço para uma velha direita, ao menos ancorada ao discurso da democracia institucional adotado no pós-ditadura e disposta a, até, adotar personagens como Fernando Henrique Cardoso, com discurso de “modernidade”.
Desde Bolsonaro, o assunto é mesmo pré-história.
Espera-se para amanhã o recorte da pesquisa em intenções de voto e não está no radar nenhuma mudança significativa nos patamares obtidos nem pelo presidente, nem por Lula.
Até aonde a vista alcança, salvo em caso de um agravamento agudo da crise econômica, o cenário eleitoral deve permanecer assim pelos próximos meses e é isso que vi definir o movimento das forças políticas no seu alinhamento eleitoral.
O Centrão, de fato, “alugou” o governo Bolsonaro. Mas é cada vez mais claro que “por temporada” e, portanto, não se surpreenda se uma romaria de candidatos da direita vá pedir a bênção de um “santinho” eleitoral com Lula.