Começar o governo, o mais urgente

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A Folha anuncia que Dilma e Lula discutiram ontem à noite o nome do Ministro da Fazenda.

É obvio que sim, e obvio que não apenas.

A discussão sobre quem será o ministro da Fazenda é a discussão sobre como enfrentar o processo de desestabilização do Governo e de sabotagem ao Brasil.

Quem será o Ministro da Fazenda (exceto se a escolha recair sobre Henrique Meirelles – como se comentou ontem aqui – , pelo sinal político de fraqueza para a Presidenta teria, ainda que houvesse completo consenso entre ambos) não tem maior significado econômico, embora o tenha político.

Seja Luiz Carlos Trabuco, Nélson Barbosa, Alexandre Tombini ou qualquer outro, a receita a aplicar não será muito diferente: manutenção da taxa de juros nos atuais percentuais ou pouco acima, dependendo do comportamento da inflação ( pois é isso que determina o juro real), administração do reequilíbrio de preços administrados, sobretudo na área de energia (petróleo e eletricidade),  corte nas despesas públicas não essenciais e garantia de recursos para a conclusão das que estão em estado avançado, etc… O que de diferente? Principalmente, mecanismos de ampliação da capacidade de crédito de médio e longo prazo, inclusive no segmento privado, talvez com medidas que se assemelhem a uma securitização destes créditos.

Na prática, vai variar pouco, com qualquer um deles, o nível de concessões ao “mercado” que já se pratica.

Já o  significado político, não, este não é o mesmo.

É, na prática, o início do segundo governo Dilma porque, na reeleição, o calendário da política não se confunde com o das folhinhas pregadas na parede.

Se Guido Mantega fosse um vaidoso fútil como José Eduardo Cardozo, compreender-se-iam alguns pruridos em ceder o cargo antes do fim formal do Governo – embora no caso do Ministro da Justiça, a urgência seja tão grande quanto a da Fazenda.

Mas não é e não tem apego doentio ao posto e sabe que, na política, o que fica nem sempre é o reconhecimento ao erro e ao acerto. Pois não foi ele, afinal, quem acertou em matéria de política econômica anticíclica quando, na crise de 2008/2009 o idolatrado Meirelles insistia em manter a ortodoxa via da “economia dos juros”?

As pernas da desestabilização do governo eleito estão, como sempre estão estes movimentos, apoiadas no terreno da economia.

Que dá, com indicadores positivos, ainda que modestos, sinais de reaquecimento.

É preciso dar simbolismo à retomada das rédeas de um processo que, faz tempo, corre ao sabor da mídia.

É preciso marcar o começo de um novo Governo e deixar falando sozinhos os que ficam no passado da campanha eleitoral.

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21 respostas

  1. Por que Dilma é tão lenta para agir? Não está passando da hora, diante das circunstâncias políticas, de nomear ao menos os ministros da área econômica? Dilma precisa descer da sua arrogância, para ser mais política e menos burocrática. Para a burocracia em existem altos funcionários técnicos, além dos secretários-executivos das respectivas pastas.

  2. O Governo e o PT devem ser muito grato ao Guido Mantega. Ele mostrou muita lealdade ao governo e no geral fez um ótimo trabalho. Enquanto a Marta …

    1. Eu acho que Mantega deveria ser mantido como Ministro da Fazenda. Acho também que ele fez um ótimo trabalho na pasta.

    2. Sinceramente, não sei porque estão procurando um outro nome para o ministério da fazendo. O melhor nome não é outro senão o do próprio Mantega. Conduziu a economia de uma forma brilhante e com resultados prioritários PARA O POVO e não para o mercado. E com muita fidelidade ao programa de governo que visa a justiça social. Se a Dilma foi reeleita e o ministro da economia era ele, também significa, que ele fez e pode continuar fazendo o melhor trabalho no mais importante ministério federal.

  3. Trabuco não tem nada a ver. Rico não vai trabalhar nem se desgastar pelo povo.

    Temos muita gente boa no sindicalismo, e até no Banco do Brasil. Mas escolham bem, por favor.

  4. O Ministro da Fazenda não é importante , só serve para o PIG através de seus analistas venderem sua cantilena. Importante efetivamente são alguns ministérios estratégicos e sobretudo quem irá ocupa-los, como por exemplo o Ministério da Justiça, vago a quase 4 anos e o das Comunicações.
    Outra coisa importante a saber é qual ministério ocupará Jacques Wagner e Cid Gomes ou mesmo o Ciro Gomes ( que serve para distribuir bofetes na cara desta oposição fecal ), pois serão nomes que não poderão ser negligenciados por Dilma.
    Assim como o Ministro da Defesa que bem pode ser alguém como o Juniti Saito, leal, discreto e membro das FFAA.
    Quanto a cantilena do PIG, sinceramente, que a metam na goela ou quem sabe , no goela !

  5. Calma gente! A nossa Presidenta está analisando meticulosamente para indicar o ministro. Logo, logo, ela o apresentará. Temos bons nomes que virão com muita sabedoria e técnica para contribuir com o nosso país.

  6. Britto, gostaria que você, se puder e quiser é claro, fizesse uma análise da Operação Lava Jato em relação aos cofres da Petrobrás, pois tenho visto que estão ocorrendo muitos acordos onde os réus se comprometem a devolver muitos milhões. Ora, se a empresa prejudicada foi a Petrobrás, essas devoluções não teriam que retornar para o cofre da Petrobrás? Sobre isso não tenho visto para onde iriam os recursos devolvidos por alguns réus e talvez outros mais o façam. No meu entender deveriam retornar aos cofres da Petrobrás e, nesse sentido, para empresa existem dois aspectos significativos, o primeiro que seria a devolução de milhões para o caixa da Petrobrás e o segundo que a empresa acaba ficando saneada e quem for indicado para alguma área da empresa vai pensar dez vezes antes de fazer alguma falcatrua, tendo como ponto negativo os vazamentos seletivos. Se puder e quiser, que tal um texto falando a respeito das devoluções que estão sendo firmadas por alguns réus e qual seria o destino dessas devoluções?

  7. Se a política adotada der errado, com mídia ou sem mídia o couro come, se der certo idem, f… por f… truco.

  8. A demora da Dilma se deve à fidelidade canina que ela tem ao Lula. Este insiste em dar péssimos conselhos e a indicar somente ministros que estejam “de bem com o mercado e a mídia”, como o Meireles que é seu maior objeto de desejo, achando que pode acalmá-los (desde o fim de 2002 ele faz isto, o tolo). Dilma deveria dar um chega prá lá no Lula, “just friends”. O PT não quer mesmo saber dela, pois que ela, eleita e com deveres para com o povo brasileiro, comece o seu governo. Qualquer escolha de gabinete seu será melhor que os indicados pelo Lula, PT ou a base aliada.

  9. o Ministro da Fazenda deve ser qualquer um que tenha moral suficiente para impor uma redução drástica dos juros no Brasil, para que nossas empresas e consumidores paguem os mesmos juros que são pagos no mercado internacional. O controle da inflação nunca deve ser realizado pelo aumento de juros, se isso desse certo a inflação no Brasil seria a menor do mundo, não é. O Controle da inflação deve sempre ser realizado pelo aumento da oferta de bens e serviços aos consumidores. Seja pelo aumento de produção da indústria, seja pela importação do que estiver em falta. Temos que voltar a valorizar o câmbio, desvalorizar o câmbio é desvalorizar salários e aposentadorias, só beneficia empresários.

  10. De onde virão os recursos que os delatores irão devolver à Petrobras? E se vier de fora, como entraram no pais? Porque limitar a investigação ao governo petista se o Paulo Costa e o Duque estão a 30 anos na empresa, inclusive, já exerciam cargos de diretores antes da gestão petista no governo central?? Viraram espertos e ladrões depois de velhos? Conta outra!As ratazanas gordas da UDN que posam de paladinos da ética e da moral não podem ficar de fora dessa investigação. Tem que apurar tudo, como dito na delação, desde a década de 90.

  11. Pelo que tenho lido ultimamente, o ano de 2015 será apertado, mas nada grave. Com altas possibilidades de ventos favoráveis na economia mundial em 2016. Então, estamos conscientes que devemos defender o governo que elegemos e garantir as conquistas feitas e as que virão. Porque virão muitas.

  12. Em 2002, quando Lula foi eleito o nome mais cotado para assumir a pasta era o do Mercadante, mas de lá para cá ele nunca assumiu o Ministério da Fazenda, nem inteirinamente, acho estranho, me parece que seria uma escolha natural do governo mas nunca foi nem cogitado nas esferas de governo. Será que eles tem medo da leitura que o “mercado” faria de sua nomeação? Ou será que há mais algo por detrás da moita?

  13. Mantega é ministro mais competente da história recente do Brasil. O Brasil melhorou com ele. Se ele precisa sair por uma questão política e pelo desgaste imposto o injustamente pelo PIG, que seja por um tempo breve. Enquanto isso, vamos de Ciro Gomes, que é político e comunicativo.

  14. Qualquer um serve desde que não seja do mercado financeiro. Tem que ser alguém que entenda de produção, que é o que toca um país.

  15. A Pres. Dilma precisa também, e urgentemente, nomear um porta-voz. É isso mesmo. Um bom porta-voz, daqueles que se reúnem com a imprensa duas vezes por dia, no final da manhã e no final da tarde. Não haverá como a imprensa golpista ignorá-lo. A Globo, lógico, poderá tentar editar algumas de suas informações mas é só. Em certos momentos, um bom porta-voz, um jornalista experiente daqueles que não se deixam intimidar por editores de jornais e TVs é mais importante que o Min. da Fazenda. Além do que, a comunicação do governo Dilma deixa muito a desejar.

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