De volta do ‘fim de semana’, Covid volta a bater recorde de mortes

Mais uma terça-feira – com dados de segunda – mostrando o quanto é absurdo o fato de, além do país não conseguir frear a epidemia pelo isolamento social, sequer manter a contagem de seus mortos nos finais de semana.

É por isso que, das “400” mortes de ontem saltamos para as 881 mortes de hoje, com mais 9.258 novas infecções registradas em 24 horas.

Disse alguém, no Twitter: “Hoje, no Brasil, caíram 5 Boeing 737 da Covid Air, todos lotados. Nenhum sobrevivente.”

Já somos o segundo colocado em mortes por dia, superados apenas pelos Estados Unidos. E, na contagem de corpos, passamos ao sexto lugar, com 12.400 óbitos.

O governo brasileiro, neste momento, dedica-se à “Operação Malhação”, que consiste em abrir as academias de ginástica, para que o vírus possa infectar as pessoas com “histórico de atleta”. E, segundo O Globo, à distribuição em cotas de R$ 10 milhões da verba contra a pandemia para os deputados do Centrão que o protegerem do impeachment.

O inferno é o limite em termos de infecções e mortes à frente, porque os últimos dias vinham sendo – e ainda não deixaram de ser – de relaxamento de todas as barreiras sanitárias.

A ciência não discute que, sem uma improvável vacina a curto prazo, só teremos algum grau de segurança depois de 60 ou 70% da população tendo contato com o vírus. Mas também se concentra no fato de que isso deve ser atingido em longo prazo, para que os sistemas hospitalares resistam, tanto quanto possível, à demanda.

Nosso governo parece querer todos doentes na próxima quinzena, para que a máquina do dinheiro não sofra mais do que ter de cortar suas viagens ao mundo das luzes da estupidez.

Há três meses, foi-se dizendo aqui , sucessivamente, que a Europa cairia ante o vírus, que os EUA se tornariam o epicentro da pandemia, como se diz agora que se torça para que as nossas mortes não sejam, pelo menos, o décuplo das 12 mil atuais.

 

 

 

 

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9 respostas

  1. Caro Brito
    Somos testemunhas dos seus avisos de há muito tempo.
    Infelizmente não o ouviram.
    Pobres brasileiros.

    1. Nenhum veículo da grande imprensa falou da pandemia de forma verdadeira, como foi feito por aqui. Por incapacidade de leitura, ou para não desagradar os seus grandes anunciantes. Não podem desagradar o “Deus mercado”. Parabéns ao Brito pela capacidade de análise e pelo trabalho incansável.

  2. Sobre essa hipótese de 70% de contato com o vírus…

    Convenhamos, mesmo que tivesse um respirador por habitante, é confiar demais na cura pela máquina.

  3. Se nos relatórios diários divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de casos acumulados reflete apenas 7,6% dos casos reais, como aponta o Centro de Matemática de Doenças Infecciosas da London School (https://cmmid.github.io/topics/covid19/global_cfr_estimates.html), hoje no Brasil o acumulado de pessoas contaminadas pelo SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19, pode atingir um total aproximado de 2.336.697 pessoas. Como as curvas de casos acumulados e de mortes acumuladas apresentam-se sempre sub-paralelizadas, apesar de em patamares diferentes, o número de mortes acumuladas poderia atingir até 163.816 casos fatais.

  4. 70% da população, ou seja, 140 milhões de pessoas infectadas. Índice de morte em 3%, que são: 4 milhões de mortes. Isso sem contar as mortes por outras causas não atendidas por falta de espaço, devido ao coronavírus.

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