Desmatamento: dizer verdades para esconder mentiras.

 

A fala de Paulo Guedes “enfrentando” os gringos, ao dizer que eles devastaram florestas e aniquilaram os índios é o desenho da verdade sendo usada para sustentar a crueldade, tal como assim o são as frases de Bolsonaro a diz que “todo mundo morre um dia”, a fim de justificar a desídia com que aqui se trata (ou não se trata) a pandemia do novo coronavírus.

É óbvio que são verdades, mas é igualmente evidente que não são respostas para os desafios que estão colocados diante do Brasil.

A Amazônia não está sendo desmatada para produzir feijão, farinha de mandioca ou tomates. O desmatamento em grande escala – em pequena escala, sempre ocorreu e ocorrerá – deve-se à extração de madeira, ao garimpo e mineração e, ainda, à agropecuária em escala industrial.

Ou alguém acha que os inimigos da floresta são os grupos de índios munducurus que estão sendo usados como biombo para o garimpo ilegal? Será que eles compraram aquela dezena de máquinas pesadas que o Ibama incendiou vendendo miçangas e artesanatos?

A corrupção na Amazônia não é só ambiental: é também a degradação das milenares culturas indígenas, atropeladas pelo dinheiro e pela religião.

O gráfico do desmatamento nos últimos cinco anos mostra bem que no período Jair Bolsonaro não são “um pouco” piores, mas imensamente mais devastadores do que os anteriores. A melhora de junho para julho deste ano, depois que o general Hamilton Mourão começou a fazer uma certa “média” com os estrangeiros deixa, ainda assim, a derrubada de mata na segunda pior marca da história recente.

Os números do Impe, divulgados hoje, vão correr mundo e ter repercussão, sobre um país onde o governo mata e desmata.

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