Doria: vitória miúda, vitorioso menor ainda

Doria, pequeno nas pesquisas e apequenado na vitória nas prévias do PSDB, conseguiu conquistar várias derrotas também no dia seguinte ao resultadode vencedor das deprimentes prévias do PSDB.

Convidou, sem combinar antes, o lugar de coordenador de sua campanha ao derrotado Eduardo Leite que, sem meias palavras, recusou o posto, sugerindo que Doria “busque alguém afinado com sua forma de pensar e fazer política”.

Depois, sugeriu que poderia convidar para vice a senadora Simone Tebet (MDB), que esta para ser lançada candidata à Presidência, assim, de cara e desavisadamente, é o que os advogados, como ela, chamam de “capitis diminutio”. No popular, tratá-la com um desprezo humilhante.

O pior, porém, foi declarar que “é possível” e natural uma aliança com Sergio Moro.

Não é preciso antecipar o óbvio mas afirmá-lo retira de quem o faz a possibilidade de fazer com que isso seja entendido como uma soma inevitável.

Ganhou, por isso, um presente igual de Moro a ele e a seu adversário que, segundo o ex-juiz, combateu “o bom combate”.

Doria tinha dois temas fortes para hoje, ambos incontestáveis: um, a vacinação, no qual tem um sucesso real e um protagonismo inegável; outro, o peso de São Paulo nos destinos do país.

Aliás, o brasão de São Paulo tem um dístico, em latim, o non ducor, duco – “não sou conduzido, conduzo”e parece que Doria, precocemente, aceita o papel de coadjuvante.

O trunfo de Doria é a máquina administrativa do maior estado do Brasil – e bote maior nisso – e o eleitorado, no qual ele sobrevive, que representa quase um quarto do eleitorado.

Qualquer jogador sabe que descartar trunfo logo no início do jogo é perder a parada.

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