Energia em crise tem hoje represas baixas como em novembro de 2020

Há um ano, exatamente, o Sistema Elétrico Integrado Nacional tinha, nos reservatórios de todo o país, cerca de 140 milhões de Megawatt/mês em energia armazenada para a geração de energia.

Hoje, a reserva é de um pouco menos de 79 mil MW/mês, isto é, um pouco mais que a metade do que já era uma reserva muito baixa.

No sistema Sudeste-Centro Oeste, onde a seca é mais severa, eram 80,7 mil MW/mês ano passado e, agora, 39,3 mil. Traduzindo: de 40% da capacidade dos reservatórios no 10 de setembro passado, caímos para 19,3%.

O Brasil, entre 10 de setembro e 30 de outubro do ano passado, consumiu perto de 54 mil MW/mês de reserva, ou seja, o saldo da água que chegava e da que saía para a geração de energia.

Não é preciso de modelos matemáticos, basta um lápis e um papel para ver que, com a escala de gasto de energia do ano passado, teríamos apenas 5% de reservas. Mas há elevação de consumo, pela maior atividade social e econômica com a pandemia mitigada. 4 ou 5%, segundo calculam as autoridades do setor.

A elevação das temperaturas neste restinho de inverno deve acelerar a queda diária dos reservatórios, que está em cerca de 0,3% ao dia e deve atingir picos de até -0,5 diários.

Alguns números são dramáticos. Serra da Mesa, cabeceira do Rio Tocantins, recebeu ontem 25 metros cúbicos de água por segundo (eram 75 m/s, há duas semanas) e deságua 950 m/s, 38 vezes mais.

Ainda que se consiga atravessar até o fim de novembro, já em pleno período úmido, estamos hoje muito abaixo de cotas já ruins para reiniciar a recuperação dos reservatórios elétricos. Mesmo sem apagões ou racionamento, o preço da energia, muito antes do que se espera, terá de sofrer novo e brutal reajuste.

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