Governo prepara vingança contra a Petrobras, que o salvou de um vexame

Ficou claro – e basta ver os resultados – o leilão das áreas do pré-sal realizado hoje teria passado em branco, se não fosse a Petrobras

O campo de Búzios, pelo qual ela pagou R$ 68 bilhões, só foi arrematado porque a empresa já opera lá e vai receber metade disso como indenização por todo o seu trabalho de prospecção e por seu direito contratual anterior.

Quer a prova?

O campo de Libra, um pouco menor – e um pouco maior, se considerarmos de que, dos pouco mais de 10 bilhões de barris de Franco, 3 bilhões já pertencem à Petrobras, pelo contrato de 2010 – teve um bônus de R$ 15 bilhões em 2014. Pelo dólar da época, cerca de 6,5 bilhões de dólares, com o petróleo custando 103 dólares o barril.

No de Franco, hoje Búzios, o lance mínimo foi de US$ 17 bilhões de dólares, com o barril de petróleo a 63 dólares.

Já a participação do Governo no óleo produzido, do lance mínimo de 41,65% em Libra, baixou para 23,24.

Está claro que foi a gula por pagamentos imediatos a tônica da fixação de preço.

Mas os tecnocratas da ANP e do Ministério das Minas e Energia dizem, na Folha, que é preciso “tirar os privilégios da Petrobras”, revogando o sistema de partilha, que permite ao país ganhos de longo prazo no petróleo e apoiando o projeto de José Serra, que o extingue.

Veja que curioso: a Petrobras identificou a área promissora; a Petrobras fez as sondagens sísmicas que confirmaram a propensão a existirem reservatórios a sete mil metros de profundidade, dois mil metros de mar e cinco quilômetros de rocha do solo marinho; a Petrobras perfurou, com tecnologia caríssima e, em certas modalidades , exclusiva; depois, foi a Petrobras que detalhou a área, dimensionou a camada de rocha porosa onde há petróleo recuperável e, com isso, permitiu que se estimasse o valor do investimento exploratório e seu retorno e, portanto, tornou possível aos potenciais compradores saberem quanto vale a pena comprometerem dinheiro na compra da concessão.

Isso vale nada? Se a Petrobras não cobrar por isso, é oferecer vantagem indevida aos compradores, certo?

O sistema de concessão, criado no governo FHC pode ser próprio para onde há risco de que o perfurador dê com os burros nágua e não ache petróleo. É uma reedição, modificada, dos contratos de risco que começaram em 1977/78, com o general Ernesto Geisel . Paga para arriscar, se achar para um imposto – os royalties – e, no caso de ser muito bem sucedida a aposta, um “taxa extra”, as participações especiais, quando o volume de extração passa de certos limites.

Não há sentido neste sistema quando não há risco e a presença e o volume do óleo são certos.

Há 20 anos a exploração do petróleo é livre no Brasil, desde a quebra do monopólio da Petrobras feito por Fernando Henrique e se ela, até agora, detém 93% da produção é porque tem capacidade tecnológica e operacional para fazê-lo.

O resto é mimimi de traidores da pátria, loucos com uma instituição nacional que, apesar de colocarem á sua frente quintas colunas traidores, tem uma dinâmica interna que resiste pelo Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

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9 respostas

  1. Senhores militares, será que não há um meio, uma forma dos senhores influenciarem e aconselhares este governo, evitando assim a venda da Eletrobras para empresas privadas? Nem é preciso falar sobre a importância da segurança energética para a soberania nacional, os senhores sabem muito bem sobre isso. O capital não tem pátria, aparentemente, mas na verdade pertence a países hegemônicos. Fazendo uma comparação da energia com a comunicação, no campo militar, mais vale uma comunicação feita manualmente com manivela, mas que pertença à tropa, do que uma comunicação da tropa feita com equipamento que pertença a outros países.

  2. Resiste, mas não resistirá por muito tempo. Está maciçamente aparelhada pelos maganos do sistema financeiro, que receberam a missão de acabar com a empresa e com a própria capacitação nacional de exploração do petróleo, como já tinham feito conseguido em relação ao beneficiamento do petróleo bruto, quando impuseram a balela que dizia que não era viável, rentável ou que diabo fosse, instalar refinarias no território nacional. Esta turma, ao contrário da ignorância truculenta dos capachos que orbitam suas mesas para beneficiar-se dos restos que caem dos fornidos pratos, não se guia por um mero fetiche monetarista, apesar de serem rentistas bem sucedidos. Atendem à solicitação de sua matriz política estadunidense, sim, mas também atendem a uma pulsão mais profunda, que os leva a crer que há coisas que são importantes demais para ficarem ao alcance de uma população dita “desqualificada”, e que tais assuntos devem ser entregues aos devidamente “civilizados”. Usando as palavras do próprio autor do projeto de extinção da partilha, quando interrogado se isto não seria contrário aos interesses nacionais, “petróleo é algo importante demais para ficar nas mãos de um país de terceiro mundo”. O objetivo desta turma nunca foi limitado ao pré-sal, que nem era conhecido quando eles estabeleceram seu azimute. O objetivo era a Petrobrax. Agora conseguirão, infelizmente.

  3. Bom dia, Brito, dê uma olhada na avaliação desses especialistas em mercado internacional do petróleo clérigos do Deus Mercado:

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50323083

    O governo pediu um valor alto demais pelos quatro campos de petróleo do pré-sal da Bacia de Santos que foram a leilão nesta quarta-feira (6/11) e o resultado acabou sendo frustrante, avaliaram especialistas em mercado internacional do petróleo ouvidos pela BBC News Brasil.

    Em outras palavras, “o preço é muito alto. Queremos a entrega dos campos em bandeja de prata, tal qual a venda doação da Vale do Rio Doce por módicos 3 bilhões”.

  4. Completa incapacidade de realizar grandes negócios a nível global. Incompetência total. Se tivessem um bom ministro de relações exteriores, ele saberia que a Arábia Saudita está preparando a venda maciça de ações da Aramco nas bolsas. E que os investidores estão contando os bilhões para comprá-las, e não vão desviar a atenção para a venda de jazidas nos confins da América Latina, onde as ruas estão em chamas, por um governo que até o Financial Times considera perturbado do juízo. A alienação é tanta que acabam de vir das arábias e não sabiam deste fato.

  5. (Brito, olhe a censura)Quer dizer então que aquele barulharão deu em nada. Tá igualzinho o caso da OCDE. Tiro nágua. Vide o caso da embaixada para o filhote nos E.U. A.. Só tiro no pé, para complicar tem o fogo na Amazônia e este caso do petróleo derramado etc e etc. E fora as derrotas dos seus amigos como Argentina, Chile etc e etc. . Fora Brumadinho!

  6. É muito triste ver estes traidores da pátria fazendo de tudo para destruir a petrobras! Não tem espaço na grande mídia para defesa da nossa soberania. Espero que isso mude e possamos nos desenvolver com uma geração de pessoas que defendam nossas riquezas.

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