Graça confirma: Petrobras vai além dos 30% no pré-sal

O Globo publica hoje a confirmação do que já havia se afirmado aqui: a Petrobras pretende ir muito além dos 30% de participação nas áreas do pré-sal a que tem direito no novo regime de partilha do petróleo para estas áreas.

Em entrevista à repórter Ramona Ordoñez, a presidente da empresa, Graça Foster, diz que a Petrobras está esperando as regras da licitação para negociar com outras empresas.

 — É fundamental conhecer o edital e o contrato, porque para a outra parte relativa aos 70%, que é além dos 30% da nossa obrigação, nós queremos buscar parceiros de fato relevantes para poder atuar conosco em consórcio. É um trabalho grande.

O mercado está estimando entre R$ 10 e 20 bilhões o lance para o bônus de assinatura – parcela que deverá ser paga imediatamente – e o “mercado” já anda dizendo que isso ajudará a “melhorar o superávit primário”.

Cuidado com isso, porque essa gente não dá ponto sem nó.

Porque um bônus muito alto obrigará a Petrobras a desembolsar de imediato uma parcela – tão alta quanto sua participação dos consórcio que formar . E, claro, comprometer com isso recursos que serão necessários à exploração.

Mas este não é um nó cego capaz de impedir uma grande participação nacional no leilão. Há outro fator para definir o lance, igualmente lucrativo para a União.

É a percentagem da produção de petróleo que será “entregue” pelo consórcio vencedor ao Estado brasileiro, que terá um mínimo estabelecido no edital e que, espera-se, venha a se constituir em critério de decisão tão importante quanto o valor do bônus.

Com isso, pode-se conseguir um equilíbrio nos ganhos da União com o bônus – um parcela única, que vai engordar a conta de pagamento de juros – e nas receitas públicas continuadas com o petróleo extraído do pré-sal.

E, ao mesmo tempo, liberar recursos que a Petrobras teria de entregar ao Tesouro para serem investidos na perfuração e na entrada de produção dos poços mais rapidamente.

Por isso, muito cuidado ao ler as notícias sobre o leilão do pré-sal. Eles perderam a batalha da mudança do regime exploratório para a partilha, que é muito mais conveniente ao país. Não deixe que conduzam seu julgamento exclusivamente pelos ganhos com o bônus inicial. Nisso, é tudo igual ao regime de concessão estabelecido por FHC. A diferença essencial é a partilha do petróleo e é isso que o Governo deve obrigar a ANP a respeitar.

Porque, com a ANP, todo cuidado é pouco.

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

3 respostas

  1. MRS. BRITO, O PETRÓLEO, É NOSSO. BASTA DE ENTREGUISMO E PRIVATIZAÇÕES. DILMA NÃO FARA, O QUE FHC TENTOU E NÃO CONSEGUIU, PRIVATIZAR A PETROBRAS E NOSSO PETRÓLEO. O CONGRESSO DA UNE, PARA UM BOM OBSERVADOR, DIZ TUDO! ALIÁZ, A PRESIDENTA, TEM QUE GOVERNAR, COM O PROGRAMA, PELA QUAL FOI ELEITA. ESTA GOVERNANDO COM O DOS NEOLIBERAIS. NÃO VOTAMOS NELA, PARA ISSO………………..

  2. O governo optou pelo caminho do entreguismo puro e simples, mas esse assalto ao petróleo brasileiro não será permitido por nós, haverá uma grande mobilização contrária a essa ação criminosa. O Petróleo é Nosso, reeditemos a campanha que levantou o Brasil!

  3. Afinal quem comanda o país atualmente? As transnacionais, a ANP, o vice presidente dos EUA, que aqui esteve, na semana seguinte aos leilôes e segundo matéria que está publicada no site da Agência Petroleira de Notícias, reuniu-se secretamente por duas horas, com a presidente da Petrobrás, a senhora Graça? Que desgraça! -Acho dramático, que aparentemente pouquíssimas pessoas tenham se revoltado com essa reunião secreta completamente fora de proposito. Para mim é algo que atenta contra a segurança nacional, uma servidora pública, predidente da Petrobrás, se reunir com o vice presidente da na~ção que mais barbariza por petróleo e ser um segredinho o tal conversê. Penso que se deveria EXIGIR uma explicação do Governo. — Essa notícia, no meu entender envolve aspectos extremamente graves e preocupantes: trata-se de assunto de interesse público, que diz respeito inclusive a aspectos de Segurança Nacional, já que denuncia encontro secreto entre o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e a presidenta da Petrobrás, Maria das Graças Foster. Para mim, foi assustador tomar conhecimento desse fato. Um fato que pede uma explicação do Governo, urgente, no meu entender. Note-se que o vice–Presidente estadunidense veio ao Brasil logo após a realização dos primeiros controvertidos leilões do petróleo; sabendo-se que existem outros, mais controvertidos ainda leilões do petróleo, programados para serem realizados em outubro próximo. -Por essa razão, antes de postar essa notícia, avalei a confiabilidade e credibilidade da fonte com muito cuidado e critério, pode estar certa. Na minha visão – até onde tenho dados e capacidade para analisar, é claro – posso lhe assegurar que a fonte é de ótima qualidade. Como você mesmo poderá constatar consultando o site da Agência Petroleira de Notícias: -http://www.apn.org.br/w3/ -E, especificamente, a janela desse site intitulada ” Nossa Proposta”: -http://www.apn.org.br/w3/index.php/nossa-proposta -Nessa janela, temos: – “A Rádio e a Agência Petroleira de Notícias se colocam na contramão da globalização neoliberal. Acreditamos, como o poeta Raul Seixas, que “sonho que se sonha junto é realidade”. E, como no poema Tecendo a Manhã, de João Cabral de Mello Neto, acreditamos que é possível multiplicar as nossas vozes, atuando em conjunto com um amplo leque de entidades e colaboradores do campo de esquerda: ———–
    Um galo sozinho não tece uma manhã:
    ele precisará sempre de outros galos.
    De um que apanhe esse grito que ele
    e o lance a outro; de um outro galo
    que apanhe o grito de um galo antes
    e o lance a outro; e de outros galos
    que com muitos outros galos se cruzem
    os fios de sol de seus gritos de galo,
    para que a manhã, desde uma teia tênue,
    se vá tecendo, entre todos os galos.

    Com o objetivo de transformar em realidade um sonho coletivo, o Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) convidou outras entidades, movimentos sociais e veículos de comunicação alternativa a fazer parte dessa construção. A AEPET, o MST, a CUT, a Conlutas, a Intersindical, o Fazendo Media, o Brasil de Fato e o Núcleo Piratininga de Comunicação são os parceiros iniciais desse projeto, mas estamos abertos a adesão de novos companheiros. Sabemos que é uma luta de David contra Golias. Mas é no espaço da internet que essa luta de resistência e de contra-informação tem maiores possibilidades. Queremos somar, multiplicar e trocar informações que mostrem o outro lado da notícia, aquele que rompe com o pensamento único e que abre novas dimensões para a reflexão.
    Por último, alertamos: é permitida (e recomendada) a reprodução do conteúdo desta página, desde que citada a fonte.” —Da minha parte, como cidadã, considero que os petroleiros que foram as ruas denunciar a reunião secreta, e pedir explicações ao Governo, estão no exercício de seus direitos de cidadãos , já que todo Governo, em princípio, é eleito para, de forma clara e transparente defender os interesses e direitos do Povo Brasileiro. E mais a mais, toda ação da administração pública deve ser do conhecimento público, segundo as normas do Direito Administrativo e do Estatuto do Servidor Público, assim entendi nos 35 anos em que fui servidora pública. Dra Graça que nos explique o teor desse conversê. Saudações de militante da esquerda socialista, muitíssimo invocada com o que se passa no setor petroleiro, de tãol magna importância para o presente e o futuro do Brasil!

    Início
    http://www.apn.org.br
    APN Agência Petroleira de Notícias Sindipetro-RJ

Os comentários estão desabilitados.