Índia deu chabu; agora, vacina é só no “Plano Mão Grande”

No dia 7, este blog publicou, pela primeira vez com este nome, a avaliação de que a estratégia de vacinação do governo federal se baseava no “Plano Mão Grande“, isto é, na pura e simples apropriação das vacinas estocadas, envasadas ou produzidas pelo Instituto Butantan em acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac e que tudo mais era uma encenação:

Os dois milhões de doses indianas são uma mera cortina de fumaça, um subterfúgio para tentar dissimular que a única chance de Bolsonaro vacinar é com “as vacinas do Dória”.

O fracasso da “Operação Índia” já era previsível, então, e que se evidenciou dois dias depois, quando o governo exigiu que São Paulo entregasse todo o estoque de vacinas de que dispunha. Desconhece-se os “argumentos” usados para convencer o Butantan a assinar um contrato que não previsse a retenção ao menos da quantidade de doses proporcionalmente destinadas ao Estado de São Paulo, até porque seria um contrassenso logístico transportar por duas vezes mais de 1,2 milhão de doses que, considerado o peso dos 44 milhões de paulistas, 20,5% da população brasileira.

O objetivo do Ministério da Saúde ao exigir que sejam todas as doses entregues, é exclusivamente político e sórdido: impedir que São Paulo comece a vacinar primeiro.

Se alguém quiser provas, basta pensar na razão pela qual, estando as doses prontas, estocadas e em condições de serem separadas para envio, o governo federal até agora não as foi buscar e deixa-las, como dizem os militares, “em ordem de marcha” para a complexa distribuição pelo país.

Não há a menor preocupação – aliás, nem “pressa”, nem “angústia” em vacinar.

O governo brasileiro só está pretendendo vacinar por uma razão: a de impedir que outros o façam antes.

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