Marina vota Haddad. E você, Ciro?

Que soe como um desafio para Ciro Gomes.

Afinal, Marina Silva superar todo o ressentimento e dar um voto a um candidato do PT não é pouca coisa, mesmo com a própria ex-candidata dizendo que sabe que “com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la”.

“Vejo no projeto político defendido pelo candidato Bolsonaro risco imediato para três princípios fundamentais da minha prática política: primeiro, promete desmontar a estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas. Chega ao absurdo de anunciar a incorporação do Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Segundo, é um projeto que minimiza a importância de direitos e da diversidade existente na sociedade, promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência, à discriminação. Por fim, em terceiro lugar, é um projeto que mostra pouco apreço às regras democráticas, acumula manifestações irresponsáveis e levianas a respeito das instituições públicas e põe em xeque as conquistas históricas desde a Constituinte de 1988”.

Isso não acaba com as divergências, às críticas e até as mágoas.

Mas quer dizer que, acima delas, estão a liberdade e a democracia.

Tomara que, ainda que tarde, a declaração de Marina sirva para que Ciro Gomes perceba que desculpas sobre estar “cansado” não serão recebidas senão como uma cumplicidade com a ascensão de Jair Bolsonaro ao posto de ditador do Brasil.

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