Mudança no INSS não resolve a crise da Previdência

Não há ninguém que acredite que o presidente do INSS, Renato Vieira, tenha deixado o cargo por motivos pessoais.

O tempo e suas queixas dirão o que foi obrigado suportar à frente do órgão, sucateado pela falta de funcionários e de estrutura.

Leonardo Rolim, que entra em seu lugar, nunca teve nenhuma experiência administrativa, não conta com a simpatia dos servidores – ele tem sido um defensor da abolição e direitos do funcionalismo – e é bom, mesmo, em conchavos políticos, por conta de sua longa carreira de consultou na Câmara dos Deputados.

O “reforço militar” prometido por Jair Bolsonaro segue empacado e não há sinais de que possa ser mobilizado – se é que o será, com restrições no TCU e ação na Justiça.

Há uma greve de servidores no radar, se isso se consumar. Ou até antes, porque a Dataprev, sobre qual repousa quase todo o processamento de dados do INSS já parou, contra sua venda ao setor privado.

A “digitalização”, cantada em verso e prosa, virou um trambolho. Se você acessar a página do simulador de aposentadoria do INSS, vai se depara com uma mensagem – “O serviço “Simular Aposentadoria” está temporariamente indisponível. Estamos atualizando o simulador para adequação às novas regras de aposentadoria (Emenda Constitucional nº 103 de 12 de novembro de 2019)”.

Inacreditável para uma mudança que, embora promulgada nesta data, tem suas regras estabelecidas desde meados de outubro, quando teve sua votação final no Senado.

E nem isso explica o represamento dos benefícios, porque as aposentadorias (seja por idade, tempo e contribuição ou invalidez) representam apenas 30,42% das concessões previdenciárias. Auxílios por doença e acidentes, além das pensões por morte, representam 57% das concessões, nos dados de novembro passado.

Por aí você vê que a crueldade deste represamento é muito maior do que o atraso no direito de aposentar-se.

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11 respostas

  1. Que desgraça. Já havia uma crueldade estrutural; os beneficiários – vá lá! – do auxílio doença, que costuma anteceder as aposentadorias por invalidez já conheciam o inferno ao serem submetidos a peritos que, pela minha experiência, se dividiam em um terço mal preparado, um terço mal humorado e um terço ambos.
    Agora, com a a pedalada do mal, criam uma crueldade conjuntural, São muito fdps!

  2. É o que dá colocar um mentecapto na presidência. Ele não tem capacidade para entender a essencialidade de colocar no comando das instituições públicas pessoas com competência e experiência comprovada para que aquela instituição funcione a contento. Ele acha que esses cargos são apenas uma formalidade, que não envolve maiores responsabilidades, portanto basta colocar alguém de sua confiança, que as coisas andam sozinhas. Ai vai trocando seis por meia dúzia…

    1. Aliás, era como ele pensava que era a vida de um presidente. Bastava sentar na cadeira e ir dando ordens e falando abobrinhas, que o país andava sozinho.

  3. É muita desgraça junta, um Estado Policial sustentando um desgoverno de gente despreparada e incompetente. Parece que foi um “critério” desta merdocracia neoliberal e neonazista, como bem definiu aquele Juiz do Trabalho.

  4. Digitalizar e otimizar são coisas diferentes. O que eles estão fazendo é digitalizar, apenas transferindo a demanda do presencial para o virtual, o que até aumenta a angústia dos beneficiários, pois não há com quem falar para pedir um esclarecimento. Ninguém gosta de falar com uma atendente virtual robô com respostas prontas para problemas de FAQ, que homogeneízam as pessoas como se elas não tivessem uma história de vida.

  5. Digitalizar e otimizar são coisas diferentes. O que eles estão fazendo é digitalizar, apenas transferindo a demanda do presencial para o virtual, o que até aumenta a angústia dos beneficiários, pois não há com quem falar para pedir um esclarecimento. Ninguém gosta de falar com uma atendente virtual robô com respostas prontas para problemas de FAQ, que homogeneízam as pessoas como se elas não tivessem uma história de vida.

  6. A quem se sente, como eu, diretamente atingido por essa molecagem, sugiro o seguinte: amarramos uma bomba na cintura e vamos à Brasília, ao Congresso e ao Palácio da Alvorada (ou Crepúsculo?) e nos explodimos todos simultaneamente. Só precisamos de alguns voluntários e um bom técnico em explosivos. Quem se apresenta? Eu serei o primeiro.

  7. O guedes está adorando. É mais um jeito de tirar dinheiro de pobre para “equilibrar” as contas públicas. Já tomou trilhões na reforma da previdência, na reforma trabalhista, na contenção do salário mínimo, e agora no adiamento forçado da aposentadoria destes trabalhadores. Parando todas as obras públicas que vinham do governo Dilma e provocando o desemprego.
    Há muito de intencional nisso. Há um contentamento mórbido neste senhor.
    Enquanto isso ele tentará destruir o país vendendo tudo.
    Governo merda.
    Que desgraça!

  8. Ideia de Jerico do Guedes: Nós provocamos milhares de (aposentadoria dos servidores do INSS) Seguramos os benefícios pra dar um refresco na arrecadação. Guedes “amigo”, cê viu o que deu no Chile. Estamos quase lá.

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