Não chore lágrimas de crocodilo pela saúde, Aécio. Vamos conversar sobre a CPMF?

Os tucanos estão de chororô porque não se aprovou sua proposta de obrigar a União a gastar, pelo menos, 18% da receita com Saúde.

Bem mais que os 12% que são obrigados os Estados, cota que Aécio Neves, quando governador, só conseguiu fechar colocando na conta os gastos da  companhia de saneamento mineira, a Copasa.

O governo propôs um aumento de R$ 64 bilhões, enquanto os tucanos diziam querer R$ 128 bi.

Aventuro-me a propor uma saída ao PSDB.

Que tal restabelecer a CPMF cuja prorrogação foi derrubada no Senado, depois de aprovada na Câmara, em 2007. Derrubada graças aos tucanos. Até Pedro Simon, que votava contra Lula até em eleição de miss, fez-lhes um apelo para não tirar estes recursos da Saúde. Quem duvidar, que assista…

Vamos conversar, Aécio…

Que tal uma CPMF bos moldes que propôs Lula, naquela ocasião, com isenção para os mais pobres?

Digamos, cobrada apenas de quem movimenta mais de R$ 5 mil por mês, com isenção até esse valor e uma aliquota de 0,4%,

Quem movimentasse até R$ 10 mil mensais, só pagaria isso pelo valor acima de R$ 5 mil. Portanto, 0,2%, ou apenas R$ 20.

Mas podemos fazer melhor: Estes R$ 20 mensais de CPMF seriam dedutíveis do Imposto de Renda. Até R$ 240 por ano, dedutíveis do Imposto de Renda a pagar. Portanto, imposto real só para quem movimenta mais de R$ 10 mil mensais e, assim mesmo, só sobre o valor que exceder a isso…

Que tal. o tucanato topa?

Ah, não topa…Vai elevar o “Custo Brasil”, vai aumentar a maligna carga tributária, não é?

Cobrar das empresas, dos que fazem negócios de alto valor iria acabar sendo pago pelos pobres, porque os preços iriam subir?

Mas quando a CPMF acabou, em janeiro de 2008, a inflação caiu?

Que nada, foi maior em janeiro de 2008, sem CPMF, do que em janeiro de 2007. E em fevereiro, e em março também, para que não se diga que os custos da CPMF permaneciam  presentes na matéria prima e nos produtos…

Como na saúde, como na frase atribuída ao papa do neoliberalismo, Milton Friedman, também não existe almoço grátis, é preciso apontar a fonte dos recursos que se vai destinar à saúde.

Senão, Senador, é só demagogia de quem sabe que não será governo e se importa mais com o “marquetismo” eleitoral do que com a realidade.

E que não tem vergonha de ter apoiado a CPMF com Fernando Henrique e, depois dele, achar que ela é uma monstruosidade.

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11 respostas

  1. Já que o assunto é CPMF, vamos elucidar mais algumas coisas. Um dos grandes críticos ao Mais Médicos no Congresso éo Dept. Mandetta do DEM / MS, médico. Pois é, e não é que 1 mês antes das inesperadas manifestações ele foi contrário à recriação da CPMF no Congresso! É assim que funciona, o partido do Mandetta fez graça para as empresas deixarem de pagar CPMF, incluindo os Planos de Saúde, aí a saúde do país ficou sem dinheiro para infra-estrutura/médicos, piorou, o que levou o Governo Federal à atitude extrema de trazer médicos do estrangeiro.

    Agora o Mandetta está tendo que correr atrás do prejuízo para conseguir dinheiro para incrementar a saúde do país sem precisarmos de médicos de fora. Foi fazer graça tirando dinheiro da saúde, deu no que deu. Explodiu a bomba!! Espertão.

    http://www.mandetta.com.br/2013/05/13/mandetta-discorda-de-proposta-de-criacao-de-tributo-para-financiar-saude/

    1. O cara ainda ta envolvido enquanto secretário municipal da saúde num esquema que privilegiava prestadoras de saude particular de tratamento ao câncer, que tratava pacientes mortos e nao dava quimioyerápicos.

  2. A CPMF era um fabuloso instrumento de ação parafiscal. Dava pra Receita Federal ter acesso a movimentação bancária num estalar de dedos. Mas, como se sabe, sonegador gosta de corruptor, corruptor gosta de traficante de influência, traficante de influência que gosta de financiador de campanha, financiador de campanha que gosta de corruptor. E assim vamos nós.

  3. Não podemos esquecer do PIG que fez uma campanha vigora para derrubar a CPMF. Tendo a globo e Band como tropa de frente.

  4. Impor uma CPMF para garantir recursos necessários para o pagamento de juros, tudo bem, é um esforço necessário. Mas manter uma contribuição perversa destas para distribuir renda ou tratamento de saúde a pobres, isso é uma barbaridade (pensamento coxinha).

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