O cavalo encilhado ameaça passar para o PSB

Cavalo encilhado não passa duas vezes para ninguém, diz o provérbio gaúcho, que o PSB deveria ouvir.

A “presença virtual” do presidente do PSD, Gilberto Hassab, nas comemorações dos 42 anos do Partido dos Trabalhadores, ontem, é um sinal mais que evidente que o ex-prefeito paulistano, mais esperto e com mais liberdade que Carlos Siqueira, presidente do PSB, sinaliza o apoio a Lula ainda no primeiro turno e se abre para viabilizar o ingresso de Geraldo Alckmin na chapa presidencial.

Márcio França, ao “trancar o pé” na exigência de ser candidato a governador, achou sempre que Alckmin seria o avalizador de suas pretensões, mas isso tinha e tem um limite. O ex-tucano não vai sacrificar a sua chance de voltar ao primeiro plano da política nacional porque assim o exige um personagem local, como o pessebista. Aliás, nem pelo que nem é o seu partido e nem seria, pois antes da possibilidade de ser vice de Lula, sua articulação era concorrer ao governo paulista pelo PSD.

A reportagem da Folha, hoje, diz que os problemas da federação estão apenas aí – ah, sim, também numa resistência do prefeito do Recife, João Campos, que “não estaria empenhado na formação da federação porque ela dificultaria a pretensão de sua namorada, a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), de sair candidata à Prefeitura de São Paulo em 2022”.

Isto é que é civismo, não é?

Não há mais recuo político para o PSB, não sem graves danos políticos, destes difíceis até de imaginar, em candidaturas importantes e, quando não favoritas, muito viáveis: Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro , por exemplo. Além do risco de ficar sozinho em São Paulo, sem o apoio do próprio Alckmin.

As bancadas – federal e estaduais – estão pressionando para que a federação se defina antes do fim da janela de mudança de partido – durante o mês de março. A extensão do prazo da definição das federações, que vai até o fim de maio.

O PT deu por terminada sua fase de concessões em relação ao PSB, para o qual vinha cedendo em todos os impasses. Sem candidato ou sem candidato viável ao qual possa se alinhar, o PSB não teria como deixar de encarar os prejuízos de sua ambição.

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