O desastre que ninguém quer ver

Desculpem os leitores se, há mais de um mês, saio do campo da política e das eleições para bater, monotonamente, na tecla de que estamos caminhando para uma situação de crise que é tratada – e não só por negacionistas – com uma completa irresponsabilidade.

É completamente insano tratar esta nova onda de infecções como sendo o “canto do cisne” da pandemia que, de agora em diante, quase que “nos próximos dias”, marcar o fim de um peste que mudou a história humana nos últimos dois anos.

O número de casos de Covid-19 confirmados na cidade do Rio de Janeiro nestes 18 dias de 2022 ultrapassa um quarto dos casos registrados aqui em 2021.

No Natal, não tem um mês, tínhamos 12 cariocas internados por Covid; hoje, 751.

63 vezes mais e crescendo 20% de um dia para o outro, neste momento.

Ceará, Goiás, Pernambuco e Espírito Santo, diz a Folha, têm índices de ocupação das suas Unidades de Terapia Intensiva superiores a 80%.

Este quadro vai chegar a São Paulo e ao Rio e Janeiro, evidente.

Mesmo na taxa baixa de doença grave, que a vacina nos propicia, o impacto sobre a vida cotidiana é evidente.

A atividade econômica já se reduziu e, quem quiser “testar” isso, vá a um supermercado e confira a fila no caixa, pequena ou inexistente.

Estamos diante de uma retração que não vai ser escondida por uma “narrativa” de que a pandemia está se extinguindo.

Os próximos dias e semanas serão de evidências cada vez maiores de que a situação de paralisação de atividades sociais e econômicas está se agravando.

A ausência de medidas de isolamento social, nunca adotadas plenamente por aqui, vão se impor pelo pior caminho, o da recessão .

Não adiante fechar os olhos e falsificar estatísticas, a realidade passa por cima disso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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